Cada vez mais pessoas neurodivergentes se automedicam com maconha no Reino Unido

Eles compartilham que a maconha ajuda a acalmar e a se sentirem mais relaxadas em seus corpos

Publicada em 04/08/2023

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Por Redação Sechat com informações de El Planteo

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No Reino Unido, tem havido um aumento no uso de cannabis para fins medicinais, com um aumento de 29% no número de pessoas que se automedicam em comparação com 2019.

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A cannabis tem sido amplamente utilizada para tratar sintomas em diversas pessoas, incluindo aquelas com neurodivergência, ou seja, com desenvolvimento neurológico atípico. No entanto, o acesso à cannabis medicinal no Reino Unido enfrenta diversos desafios em relação à disponibilidade e ao uso adequado, o que leva muitas pessoas a recorrerem à automedicação.

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Indivíduos neurodivergentes, como os que têm Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), buscam na cannabis uma maneira de tratar sintomas como ansiedade, problemas sensoriais, dificuldade de concentração e regulação emocional.

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Eles compartilham que a maconha ajuda a acalmar e a se sentirem mais relaxadas em seus corpos, tornando-se uma alternativa para expressar seus sentimentos, especialmente quando enfrentam desafios relacionados ao autismo.

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Cada vez mais pessoas neurodivergentes se automedicam com maconha no Reino Unido

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Devido à falta de diagnósticos e à demora no atendimento especializado, muitos pacientes optam por buscar alternativas, incluindo a automedicação com maconha. Ainda que a cannabis medicinal seja legalizada no país desde 2018, a acessibilidade continua sendo um problema, já que muitos pacientes só têm a opção de recorrer a clínicas privadas.

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A maior preocupação é a falta de regulamentação no mercado, o que pode levar os pacientes a adquirirem produtos de procedência duvidosa e sofrerem efeitos indesejados.

Para melhorar a acessibilidade à cannabis medicinal e desmistificar antigas perspectivas sobre seu uso, especialmente para pessoas neurodivergentes, é crucial que o Reino Unido adote uma abordagem proativa. Enquanto houver pacientes sem recursos para obter cannabis para fins médicos, a prática de automedicação continuará a ser uma realidade.

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O Tribunal de Recurso do Reino Unido emitiu uma decisão que cria um precedente significativo para as empresas do país que lidam com a importação e venda de flores de cânhamo contendo baixo teor de THC ou CBD. A sentença proferida pelo tribunal esclarece que as flores de cânhamo com um teor de THC inferior a 0,2% não devem ser classificadas como “narcóticas”.

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Essa decisão tem o potencial de reduzir o risco de processos criminais enfrentados pelas empresas do setor. No entanto, apesar desse progresso legal, o Reino Unido ainda enfrenta obstáculos para uma total liberdade na importação e venda de flores com baixo teor de THC devido aos prazos e complexidades associadas ao caso.