"A maconha tirou minha vontade de usar outras drogas", diz paciente após receber habeas corpus para cultivo próprio

Alagoano comemora decisão favorável e está otimista com o benefícios proporcionados pela planta para melhor qualidade de vida e desempenho profissional.

Publicada em 12/04/2024

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Diagnosticado com ansiedade, depressão e insônia, Miguel (nome fictício) obteve, no início de março, o direito de cultivar sua própria medicação à base de cannabis. Com a assistência dos advogados Lucas Miranda Sobral e Adriano Laurentino de Argolo, o morador de Maceió, capital de Alagoas, agora está autorizado por lei a ter 15 mudas de maconha em sua residência. A decisão é válida até 14 de junho de 2025, com possibilidade de renovação do habeas corpus.

Segundo Miguel, sua relação com a cannabis começou em 2019, por meio do uso adulto da planta. "A cannabis foi uma das últimas drogas que experimentei. Quando frequentava festas, consumia muitas substâncias pesadas, como ecstasy, MDMA e LSD. Cheguei ao fundo do poço e a maconha me tirou de lá."

Além dessa experiência, o alagoano tentou, sem sucesso, realizar ciclos hormonais por meio da aplicação de esteroides anabolizantes. "Quando meus hormônios estavam muito baixos, minha vontade de viver era zero, não conseguia fazer nada. Essa experiência agravou minha depressão."

Após observar o impacto em sua qualidade de vida, Miguel procurou médicos especialistas em cannabis e começou a estudar as propriedades e o cultivo da planta. O jovem, que já tinha conhecimento prático sobre o plantio de verduras, hortaliças e legumes, agora desbrava o cultivo da maconha.

"É muito gratificante realizar o plantio do meu próprio remédio há cinco anos. Tomo todos os cuidados necessários para ter a melhor qualidade possível. O habeas corpus vem para auxiliar no meu futuro; pretendo trabalhar com a planta no ramo do agronegócio, então é importante estar alinhado com a sociedade e a justiça brasileira", relata Miguel.