Lei que encerra o shutdown pode alterar a indústria de cânhamo nos EUA

Nova lei de gastos nos EUA, que encerrou o shutdown, pode impactar o mercado de derivados psicoativos de cânhamo

Publicada em 21/11/2025

Alívio em Washington, tensão na indústria: o novo limite de THC que pegou o cânhamo de surpresa

Entenda como o novo e rigoroso limite de THC ameaça a indústria bilionária americana | CanvaPro

A lei de gastos que pôs fim à paralisação do governo (shutdown) nos Estados Unidos trouxe alívio para a burocracia federal, mas pode significar um golpe duro para um setor em pleno crescimento: a indústria de cânhamo americana. 


Segundo reportagem do PBS NewsHour, uma provisão incluída de última hora no pacote de financiamento visa impor limites estritos a produtos derivados do cânhamo, especialmente aqueles com efeitos psicoativos.


Desde o Farm Bill de 2018, o cânhamo foi legalizado federalmente, contanto que contivesse menos de 0,3% de tetraidrocanabinol (THC) em peso seco. 


Essa brecha regulatória permitiu que fabricantes transformassem quimicamente o canabidiol (CBD) extraído do cânhamo em canabinoides psicoativos como o Delta-8, criando um mercado multimilionário.


O fim da "brecha" e o teto mínimo de THC


O novo texto legal, impulsionado por críticos que classificam a situação atual como uma "brecha" a ser fechada, estabelece uma regra significativamente mais restritiva. 

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A provisão federal agora proíbe que produtos excedam 0,4 miligramas de THC por recipiente. Para a indústria, o limite é considerado excepcionalmente baixo, equiparando-se a uma proibição de fato para a vasta maioria dos produtos de cânhamo infundidos com THC, como bebidas e vapes.


Ainda de acordo com o site PBS NewsHour, empresários do setor afirmam que a medida é injusta e foi "escondida" no meio de uma lei maior, sem o devido debate. Segundo eles, o problema não é o canabinoide em si, mas a falta de testes e regulamentação que garante a segurança dos produtos em nível estadual.


Impacto no Mercado: Regulamentação X Proibição


A indústria, avaliada em bilhões de dólares, argumenta que o verdadeiro caminho é a regulamentação, e não a proibição. O U.S. Hemp Roundtable, principal grupo comercial do setor, já se mobiliza para tentar moldar a provisão federal, buscando transformar o banimento em um conjunto de regulamentações mais rigorosas, mas que permitam a continuidade do comércio.


Com informações de PBS NewsHour