Luna, cachorrinha que luta contra o lúpus, completa 2 anos de tratamento com cannabis
Saiba como a cannabis ajuda na estabilização da doença autoimune
Publicada em 26/07/2024
Luna em sua casa, brincando no quintal com seu irmão | Imagem: arquivo pessoal
Já faz dois anos que Luna iniciou o tratamento para lúpus eritematoso discoide (LED), uma condição autoimune de pele comum em cães. Nessa jornada pela saúde para proporcionar melhor qualidade de vida de Luna, seus tutores optaram pelo uso medicinal da cannabis porque o tratamento convencional, com corticosteroides, apesar de eficaz, acarretaram efeitos colaterais indesejados como irritabilidade e drástica mudança de comportamento. Após iniciar o tratamento com canabinoides, a família comemora a recuperação da lesão no focinho de Luna. A mancha que crescia a cada dia, hoje, praticamente desapareceu.
“A lesão melhorou gradualmente ao longo dos dias, até ficar quase imperceptível. No entanto, percebemos que ela ganhou peso, sentia-se desconfortável com quase tudo, ficava agressiva com o irmão quando ele tentava brincar com ela, bebia muita água e comia muito mais do que o habitual. Enfim, era evidente que ela estava incomodada.” comenta Clarice, tutora de Luna.
O tratamento com corticosteroides para LED é para toda a vida do paciente, uma vez que não existe cura para a doença. É muito importante que o paciente esteja confortável com o tratamento. “Sendo o lúpus eritematoso uma patologia imunomediada, o tratamento com cannabis entra como ferramenta terapêutica eficaz devido sua capacidade imunomoduladora e anti-inflamatória. A terapia convencional à base de corticosteroides é comumente indicada, mas pode trazer efeitos colaterais. Como o tratamento é contínuo, é fundamental que o paciente não passe por esses efeitos negativos”, explica o médico veterinário Bruno Perozzo.
Relembre a trajetória de Luna
Em busca de um tratamento efetivo, sem efeitos colaterais tão danosos à Luna, surgiu a hipótese em uma consulta com a professora Marcy Lancia Pereira e o professor e palestrante do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, Erik Amazonas, de iniciar o tratamento com cannabis medicinal. “O acesso ao óleo foi facilitado pelo professor Erik, que realiza pesquisas sobre o uso de óleo de cannabis para tratamentos em animais.” explicou Clarice.
Aos poucos foi sendo feito o desmame dos corticosteroides e implementação do tratamento com cannabis medicinal, simultaneamente. Com isso, as alterações que Luna apresentava como agressividade após o início da administração dos corticosteroides foi reduzindo gradualmente e dando lugar para sua energia e alegria de sempre.
A doença de Luna atualmente está estabilizada com o óleo da cannabis já há dois anos, sem depender dos corticosteroides. “Neste caso, o óleo de espectro completo rico em canabidiol, se mostra uma alternativa terapêutica bastante segura e eficaz”, complementa Perozzo.