Com tecnologia e compliance, cannabis legal avança nos EUA e no Brasil apoiada por soluções financeiras pioneiras
Enquanto nos EUA parcerias estratégicas garantem estabilidade e compliance, no Brasil a WEpayments se destaca ao facilitar pagamentos em reais e integrar toda a cadeia com tecnologia e segurança
Publicada em 17/04/2025

Fintechs quebram barreiras para o setor da cannabis crescer com segurança (Imagem: IA)
Em um setor ainda marcado por estigmas, insegurança jurídica e sérias restrições bancárias, a união de forças pode fazer toda a diferença. É com esse espírito que a fintech Safe Harbor Financial (Nasdaq: SHFS) e a Würk, referência em gestão de capital humano (HCM), anunciaram a ampliação de uma parceria estratégica voltada a um dos maiores desafios da indústria da cannabis: o acesso a serviços financeiros e de RH confiáveis, escaláveis e em conformidade com a legislação.
A colaboração estabelece um programa de indicação mútua entre as duas empresas, com o objetivo de conectar soluções digitais de gestão financeira e serviços especializados em folha de pagamento, compliance tributário e controle de ponto, tudo desenhado para o ambiente altamente regulado e, muitas vezes, hostil à operação bancária, da cannabis legalizada nos Estados Unidos.
Na prática, a Safe Harbor passará a recomendar a Würk como fornecedora oficial de soluções de RH para seus clientes, enquanto a Würk apresentará os serviços financeiros da fintech como uma ponte segura para empresas que ainda enfrentam obstáculos no relacionamento com instituições bancárias tradicionais.
“Até 2023, sete em cada dez empresas de cannabis apontavam a falta de acesso a bancos ou capital como o maior entrave para crescer e com a Safe Harbor, conseguimos conectar nossos clientes a recursos que antes pareciam inacessíveis”, destaca Deborah Saneman, CEO da Würk.
Com mais de uma década de atuação no setor, a Safe Harbor já movimentou mais de US$ 25 bilhões em transações de depósito, operando em 41 estados com mercados regulamentados. Já a Würk se consolidou como parceira estratégica de empresas canábicas, oferecendo uma plataforma robusta para lidar com aspectos sensíveis da operação de qualquer negócio: a gestão de pessoas e o cumprimento das obrigações legais.
Apesar de não exclusiva, a parceria tem um foco claro: profissionalizar a indústria da cannabis com soluções adaptadas à sua realidade. “Estamos falando de uma colaboração com propósito: garantir que operadores da indústria possam crescer com confiança, conformidade e apoio duradouro. Unir acesso a capital com ferramentas eficazes de gestão de pessoas é um passo essencial para um setor que precisa cada vez mais de estrutura e profissionalismo”, afirma Terry Mendez, CEO da Safe Harbor.
Outro diferencial da iniciativa é o suporte também para os trabalhadores do setor, que frequentemente enfrentam dificuldades para abrir contas bancárias pessoais, mesmo em estados onde a cannabis é legal. A proposta é atuar de forma ampla no ecossistema: da empresa ao colaborador, com soluções legítimas e transparentes.
No Brasil, uma ideia surge como “ponte” entre inovação, legalidade e eficiência
Enquanto o mercado norte-americano consolida alianças estratégicas para superar barreiras operacionais, no Brasil uma fintech também tem se destacado por enfrentar e resolver desafios parecidos. Fernanda Rachel Zago, fundadora da plataforma WEpayments, explicar que oferecer soluções de pagamento e câmbio pensadas especialmente para empresas que atuam com cannabis e derivados, como o CBD, foi uma oportunidade que ela enxergou no mercado. “Quando você entende a dor do outro, consegue criar algo que realmente transforma”, resume Fernanda.
Com mais de 15 anos de experiência em pagamentos internacionais, ela criou a WE com o propósito de romper as barreiras burocráticas e tecnológicas que ainda travam o setor.

A proposta é ousada: permitir que empresas internacionais processem pagamentos em reais com Pix, boleto ou cartão parcelado, como se fossem operações locais, tudo dentro da legalidade e com uma infraestrutura conectada diretamente ao Banco Central. “Nosso foco não é driblar taxações, e sim operar dentro do que é legal, otimizando processos e reduzindo custos”, reforça Fernanda.
A emerging tech company já atende players globais, viabilizando a repatriação de recursos para a sede das empresas na moeda de sua escolha. O conhecimento técnico da equipe e o domínio sobre o marco regulatório fazem da WE não apenas uma processadora de pagamentos, mas uma verdadeira consultora estratégica para quem quer escalar no mercado canábico brasileiro.
A plataforma também segue inovando: já é possível integrá-la ao WooCommerce, popular sistema de e-commerce, com uma funcionalidade que verifica a documentação obrigatória já no checkout, o que oferece maior agilidade no processo, aumentando a segurança jurídica para quem vende e para quem compra. E nos próximos meses, a fintech lançará o PIX Biometria, unindo pagamento e validação de identidade por reconhecimento facial. Também está prevista a operação de câmbio com posição própria, o que deve reduzir ainda mais os custos de transações internacionais.
Diante do impacto das novas tarifas impostas pelo governo Trump a importações de países como China e México, Fernanda vê oportunidades emergentes para o Brasil: “Com o aumento do custo logístico em outros países, o mercado brasileiro tende a se tornar uma alternativa mais atrativa. Isso pode acelerar o investimento em redes locais de médicos, distribuidores e consumidores”, avalia a CEO.
Com informações de GlobeNewsWire.