Equador avança com 2.300 hectares de cultivo de cânhamo e novo manual técnico
País lança diretrizes técnicas e consolida estrutura regulatória para a produção sustentável de cânhamo industrial
Publicada em 30/05/2025

Cultivo de cânhamo. Imagem Ilustrativa: Canva Pro
O cânhamo no Equador deixou de ser pauta marginal e tornou-se uma política de Estado com impactos econômicos, sociais e ambientais.
Nesta semana, o país andino deu um passo decisivo rumo à consolidação de uma indústria legal e sustentável: apresentou seu primeiro manual técnico para o cultivo de cannabis não psicotrópica, conforme noticiou o portal Infobae. Ao mesmo tempo, confirmou a existência de mais de 2.300 hectares de cultivo legalizado e quase 300 licenças ativas em todo o território nacional.
Manual técnico legítima e organiza a produção de cânhamo no Equador
A publicação do manual técnico para o cultivo de cannabis não psicotrópica e cânhamo industrial representa um divisor de águas para o setor.
Desenvolvido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG), em parceria com o Cluster Equatoriano da Indústria de Cannabis e Cânhamo (CICCE) e especialistas nacionais e internacionais, o documento define diretrizes para uma produção profissional, segura e alinhada a padrões internacionais.
Principais conteúdos do manual:
- Recomendações agronômicas e boas práticas agrícolas;
- Protocolos de rastreabilidade e controle de pragas;
- Critérios para colheita, pós-colheita, armazenamento e processamento;
- Análise de canabinoides e estimativas de custos de produção.
Raio-X do cânhamo no Equador: onde e quando se planta?
Com a nova estrutura técnica e regulatória em vigor, a cultura do cânhamo no Equador avança em escala e em organização.
Em maio de 2025, havia 2.377 hectares autorizados para cultivo legal de cannabis não psicotrópica e cânhamo industrial. Nem toda essa área está plantada, mas muitas propriedades encontram-se em processo de preparo.
Distribuição territorial do cultivo:
- Guayas: 964,8 hectares
- Pichincha: 419,7 hectares
- Imbabura: 380,7 hectares
Nova regulamentação: Acordo Ministerial 003 traz clareza e agilidade
Junto ao manual técnico, o MAG também lançou o Acordo Ministerial 003, uma atualização do marco regulatório do cânhamo no Equador. Diferente do manual — que tem caráter técnico e educativo — o acordo é legalmente vinculante e estabelece normas obrigatórias para produção e processamento primários.
O desenvolvimento da indústria de cânhamo no Equador começou antes de 2025
Em 2019, o país legalizou o CBD (canabidiol). Em 2021, regulamentou toda a cadeia produtiva, permitindo cultivo, importação, processamento e comercialização de produtos com até 1% de THC.
Dados atuais do setor:
- 298 licenças emitidas, das quais 290 estão ativas;
- US$ 17 milhões em faturamento projetado para 2025;
- Geração de 30 mil empregos diretos e 144 mil indiretos.
Com informações de Camila Berriex