Quem é Pam Bondi: a escolha de Trump para Procuradora-Geral dos EUA

Perfil mais sóbrio e sem o histórico de escândalos pessoais; escolha é vista com bons olhos entre republicanos

Publicada em 25/11/2024

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Imagem Ilustrativa: IA

Pam Bondi, ex-procuradora-geral da Flórida, foi indicada por Donald Trump como candidata a procuradora-geral dos Estados Unidos, refletindo sua lealdade ao ex-presidente e seu histórico na política da Flórida. Aos 59 anos, Bondi se apresenta como uma experiência lobista, tendo servido como procurador-geral de 2011 a 2019, período no qual ela se envolveu em diversas questões legais de alto perfil.

Ao contrário de figuras mais polêmicas como Matt Gaetz, Bondi construiu uma carreira mais convencional, longe das polêmicas que marcaram a trajetória de outros republicanos. Seu perfil mais sóbrio e sem o histórico de escândalos pessoais ou políticos que incomodaram a imagem de Gaetz tornou sua nomeação mais palatável dentro do partido.

Natural da Flórida e filha do prefeito de um pequeno município da área de Tampa, Bondi iniciou sua carreira como promotora assistente no Condado de Hillsborough na década de 1990. Durante seus 18 anos de atuação como promotora, ela foi responsável por casos que variavam de violência. doméstica a homicídios capitais, conforme detalhado em sua biografia. Sua carreira na promotoria culminou em sua ascensão ao cargo de procuradora-geral da Flórida, onde teve a chance de deixar uma marca no Estado.

Como a primeira mulher a ocupar o cargo de procuradora-geral da Flórida, Bondi teve uma atuação focada no combate ao tráfico de drogas, com destaque para sua luta contra as mortes por overdose de opioides, especialmente o fentanil. Trump elogiou sua dedicação ao assunto, destacando seu trabalho na Comissão de Abuso de Opioides e Drogas, uma das iniciativas durante seu primeiro mandato.

Apesar de seu trabalho em prol da cannabis medicinal, Bondi teve uma postura mais conservadora em relação à legalização da maconha. Em 2014, ela se opôs a uma emenda constitucional que buscava legalizar a cannabis medicinal de forma mais ampla na Flórida, alegando que a redação da medida era "enganosa". Embora tenha estabelecido um programa de cannabis medicinal com alto teor de CBD e baixo teor de THC, também se posicionou contra a legalização da cannabis fumável, uma proibição que perdurou até ser revogada pelo governador Ron DeSantis em 2019.

Embora sua postura conservadora em relação à cannabis possa gerar discórdias, ela recebeu apoio de figuras do setor, como Kim Rivers, CEO da Trulieve, uma das maiores empresas de cannabis da Flórida. Rivers, apesar da consideração das divergências, defendeu a nomeação de Bondi, apontando que ela se apoiaria às políticas de Trump para uma abordagem mais pragmática sobre a cannabis a nível federal.

Se apresentado como procurador-geral dos EUA, Bondi terá que lidar com questões de política federal sobre cannabis, especialmente em um momento em que Trump expressou apoio à descriminalização e à regulamentação da indústria. Trump também manifestou interesse em apoiar legislações que proporcionem maior acesso ao setor, incluindo mudanças nas leis bancárias para facilitar o financiamento da indústria da cannabis.

Com seu histórico de combate ao crime e sua lealdade a Trump, Pam Bondi se apresenta como uma escolha estratégica para a carga de procuradora-geral. O Senado dos EUA terá que avaliar sua nomeação, mas sua carreira, longe dos escândalos, a coloca como uma figura sólida na política republicana.