Sechat e EMBRAPA formalizam acordo para realização do Módulo Agro e tecnologia no CBCM 2025

O módulo, destaque da 4ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, traz inovações, desafios e oportunidades para o cultivo de cannabis no Brasil

Publicada em 27/01/2025

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Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal será realizado nos dias 22, 23 e 24 de maio de 2025, no Expo Center Norte, em São Paulo - SP. O evento ocorre em paralelo a Medical Cannabis Fair 2025 | Imagem: Sechat

O acordo firmado  entre a Sechat e a Embrapa para a realização do Módulo Agro e Tech no Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal (CBCM) 2025 promove contribuições para o debate e a inovação no cultivo de cannabis medicinal. Com a decisão do STJ, em novembro de 2024, que autoriza o plantio no Brasil para fins medicinais, o evento, marcado para maio de 2025, será uma plataforma crucial para discutir avanços científicos, inovações e sustentabilidade no setor.

 

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 Beatriz Marti Emygdio durante o Cannabis Connection 2024 | Imagem: Sechat

Dra. Beatriz Marti Emygdio , pesquisadora em genética e melhoramento de plantas na Embrapa Clima Temperado, ressalta a importância desse acordo para conectar ciência, mercado e tecnologia. “O CBCM será um espaço para apresentar os desafios e explorar soluções que possam moldar o futuro do cultivo da cannabis no país, conectando produtores, pesquisadores e consumidores em uma cadeia produtiva mais eficiente e sustentável. A Embrapa, ao incorporar a cannabis em seu portfólio de pesquisa, vem criando novas conexões e oportunidades para o setor”, afirma.

Ciência aplicada: bases para o cultivo sustentável


Beatriz enfatiza que o Brasil possui condições edafo-climáticas vantajosas para a produção de cannabis, mas que uma regulamentação adequada é fundamental para garantir a competitividade. “A adaptação de cultivares de cannabis ao nosso território envolve não apenas o desenvolvimento de cultivares adaptadas aos diferentes regimes de fotoperíodo, mas também a definição de quimiotipos específicos, e tecnologias pós-colheita que assegurem estabilidade e qualidade na produção dos extratos”, explica a pesquisadora. Ela destaca que o avanço científico é a base para a construção de uma indústria nacional de cannabis medicinal robusta e sustentável.

 

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Dra. Beatriz Marti Emygdio

Entre os principais temas que serão considerados no módulo estão:

 

Certificação de sementes e quimiotipos: garantir cultivares adaptadas às condições brasileiras, com alta produtividade e controle rigoroso sobre os níveis de THC e CBD.


Sustentabilidade ambiental: aproveitar subprodutos da cannabis para criar cadeias produtivas mais eficientes e promover uma economia circular.


Tecnologias pós-colheita: garantia de qualidade e eficiência na produção de extratos medicinais. 

“A regulamentação do cultivo de cânhamo industrial no Brasil é um avanço, mas devemos lembrar que a regulamentação precisa prever a possibilidade de produção de THC a partir de CBD, o que já ocorre em outros países e gera preocupações. A legislação deve considerar esse aspecto, ao tratar dos derivados de cannabis medicinal, para evitar riscos associados ao cultivo de cannabis”, complementa Beatriz.

 

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Desafios regulatórios e suas implicações

 

Com foco em aspectos como as modalidades de cultivo permitidas — aberto, semiaberto e fechado — e na definição de limites de área de cultivo, há um ponto importante a ser considerado no processo de regulamentação do cultivo no país. "Será fundamental também discutir as implicações da regulamentação para os pequenos produtores e a inclusão de produtores, pessoa física, na cadeia produtiva”, afirma.

A pesquisadora também destaca que, entre as questões regulatórias, a produção de sementes certificadas e o controle fitossanitário serão de extrema importância para garantir a qualidade do cultivo no Brasil.

 “Precisamos de uma regulamentação que controle a produção de sementes com um perfil genético adequado e que tenhamos um rigor sobre a rastreabilidade dos cultivos. A Embrapa  poderá contribuir com pesquisas focadas no melhoramento genético, sistemas de produção, manejo agronômico e fitossanitário, tecnologias pós colheita e zoneamento de riscos climáticos para garantir uma produção sustentável e segura.”

A integração como chave para o sucesso


O Módulo Agro e Tech Cannabis se destaca pela abordagem integrada, reunindo diferentes etapas da cadeia produtiva de cannabis. Beatriz acredita que o evento permitirá que pesquisadores, produtores e representantes do setor industrial troquem experiências valiosas. “Equilibrar a teoria com a prática é fundamental para o sucesso do setor. O CBCM será uma oportunidade para discutir, com profundidade, as soluções que podemos aplicar para os desafios de produção e regulamentação no Brasil”, explica a pesquisadora.

Além disso, Beatriz enfatiza a importância de discutir modelos inclusivos de cadeia produtiva. “A cannabis medicinal tem um grande potencial de agregação de valor por área , podendo gerar desenvolvimento econômico e social. Pretendemos discutir modelos de cultivo descentralizados, arranjos produtivos locais e incluir pequenos produtores no processo, para que possamos construir uma cadeia produtiva mais inclusiva e sustentável”, conclui.

O futuro do cultivo de cannabis no Brasil
 

Com a expectativa de reunir 1.200 congressistas e mais de 100 palestrantes renomados, o CBCM 2025 se consolida como o principal evento da América Latina para o setor. “Precisamos nos tornar atores das mudanças que queremos. O CBCM será um marco para apresentar, debater e construir os cenários futuros do cultivo de cannabis no Brasil. Será uma oportunidade de fazer parte dessa história e contribuir para a construção de uma indústria sólida”, afirma Beatriz.

 

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