Canabidiol como tratamento antipsicótico

Estudos pré-clínicos demonstram os benefícios do derivado da cannabis no controle de transtornos psicológicos

Publicada em 19/07/2023

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Por redação Sechat

A esquizofrenia, por exemplo, é uma doença mental complexa que apresenta sintomas como delírios, alucinações, retraimento social e déficits cognitivos. Por isso, o desenvolvimento de compostos antipsicóticos com mecanismos de ação diferentes e menos propensos a efeitos colaterais é uma necessidade urgente. 

Nesse contexto, o sistema endocanabinóide tem sido considerado como um alvo potencial para o tratamento de transtornos psicológicos. Embora o uso crônico de cannabis, devido ao delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ 9-THC), seja considerado um fator de risco para o desenvolvimento da esquizofrenia, o canabidiol (CBD), por outro lado, parece não ter potencial psicotomimético (substância que provoca efeitos mentais e psíquicos semelhantes ou associados a estados psicóticos). 

Estudos com animais têm demonstrado propriedades antipsicóticas do canabidiol, tanto em roedores quanto em primatas. Além disso, ensaios clínicos mostram que o derivado da cannabis exerce propriedades antipsicóticas comparáveis a medicamentos convencionais, com um perfil de efeitos colaterais benignos. 

A melhora clínica observada com o canabidiol está associada a níveis elevados de anandamida, neurotransmissor endógeno (produzido pelo corpo), sugerindo que sua ação antipsicótica pode estar relacionada a mecanismos associados ao aumento dessa substância. 

Embora existam várias teorias sobre os mecanismos de ação do canabidiol, sua relevância para os efeitos antipsicóticos ainda precisa ser investigada. A elucidação desses mecanismos, bem como a comprovação da eficácia antipsicótica e do perfil de efeitos colaterais benignos do canabidiol, continuam sendo objeto de vários ensaios clínicos em andamento.