1º Pesquisa Diagnóstica Sobre o Uso de Drogas na população de Fortaleza utiliza dados sobre cannabis como ponto de partida
Estudo inédito no Brasil será desenvolvido em três eixos; podendo influenciar as políticas públicas na capital cearense
Publicada em 02/07/2024
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Cidade de Fortaleza. Imagem: Tiago Stile/ Ascom Setur
O município de Fortaleza firmou uma parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), para realizar a 1ª Pesquisa Diagnóstica Sobre o Uso de Drogas na população da capital cearense. Estudo inédito no Brasil que receberá um investimento de 407 mil da Prefeitura.
Conforme o prefeito José Sarto, a pesquisa tem como objetivo estabelecer uma abordagem de políticas públicas baseadas em dados científicos, levando em consideração o perfil epidemiológico dos usuários.
Segundo Walberto Santos, coordenador do Laboratório Cearense de Psicometria (LACEP), órgão responsável pela pesquisa, a análise será do cenário como um todo. “Queremos estabelecer a frequência, quantidade, qualidade e todas as variáveis que tange o consumo de drogas. Indo desde as ilícitas até o rivotril, sem receita médica, que a vozinha toma todos os dias”, comenta Santos.
Para isso, será utilizado como “piloto” o trabalho de doutorado do psicólogo Leonardo Carneiro Holanda, que fala sobre os efeitos do uso de cannabis e da guerra às drogas na saúde do usuário.
Como resultado, entre os 895 participantes, quase 60% faziam uso de cannabis ou já tinham utilizado com frequência em algum momento da vida. Para os usuários, detalhou a frequência de uso, a dosagem, o tipo de produto e o método de consumo.
Na comparação entre usuário e não usuário, a pesquisa ainda trouxe a prevalência de depressão e ansiedade, chegando a uma diferenciação mínima, de 0,05 e 0,04, respectivamente. Também, relatou estatísticas de abordagem policial, tipo de violências sofridas.
Etapas do estudo
Com início previsto para agosto deste ano, o estudo será desenvolvido em três eixos. No primeiro, Perfil Epidemiológico, serão captados dados como idade, gênero, nível de escolaridade, classe social e padrão de consumo da droga.
No eixo dois, os pesquisadores realizaram um levantamento de dados secundários, já existentes, como entradas no sistema de emergências, informações da saúde e educação do município. Responsável por fechar a pesquisa, o terceiro eixo trabalhará diretamente com os profissionais da área da saúde, educação e segurança, que atuam no combate ao consumo de substâncias.
Durante a XII Semana Municipal Sobre Drogas, em alusão ao Junho Branco, além da pesquisa também foi assinado um Memorando de Entendimento com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Iniciativa que deve criar uma linha de cuidados com o álcool e outras drogas em Fortaleza.