Luana Piovani tem o dom de transformar dor em potência. Em uma vida atravessada por exposição, arte e maternidade, ela se permite ser inteira e com todas as camadas que isso envolve. Em um trecho publicado no Instagram do podcast Acessíveiscast, das também autênticas Titi Müller e MariMoon, Luana contou, com a franqueza que a acompanha desde sempre, que faz o uso adulto da cannabis. E que, embora seja uma mãe liberal, não sabe se os filhos vão seguir esse mesmo caminho.

"Eu fumo (maconha), mas meus filhos são filhos de pais liberais, então pode ser que eles não queiram fumar", disse, em um tom leve, de quem entende que liberdade também é permitir escolhas diferentes da sua.

Um tempo depois, nos Stories de seu Instagram, Luana apareceu fumando um cigarro de maconha com naturalidade. Não por provocação. Mas por transparência. Em tempos de filtros, ela permanece nua de verdades. Uma mulher que não esconde o que é, nem o que sente.

Trauma, cuidado e escolha

Mas o que há por trás dessa mulher solar e intensa é também um histórico de dores silenciosas. Em entrevista recente ao Fantástico, Luana revelou traumas da infância, como o abandono do pai aos 5 anos de idade, um luto emocional que carregou por décadas.

Essa cicatriz interna, que moldou muitas de suas inseguranças, fez com que ela buscasse alternativas para lidar com a ansiedade e o sofrimento emocional ao longo dos anos. A cannabis, nesse contexto, surge como um instrumento de cuidado. Não de fuga. Mas de reencontro.

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“Essa planta é medicinal, sim”, diria qualquer mulher que, como ela, entendeu que cuidar da saúde mental não é frescura, mas sim, urgência. E que isso pode incluir, entre terapias, respirações e autoconhecimento, também o uso consciente da cannabis como uma aliada.

Maternidade sem opressão

Luana é mãe de três filhos. E nunca romantizou isso. Pelo contrário: expõe, com crueza e humor, os desafios e contradições de criar seres humanos enquanto tenta manter a própria sanidade. E nesse lugar de amor imperfeito, ela reafirma a importância da liberdade na criação.

Ela não impõe, não esconde e acredita que a educação está menos no controle e mais na coerência entre o que se diz e o que se vive.

Feminismo, liberdade e cannabis

Luana Piovani sempre usou sua visibilidade para levantar debates necessários. Já falou de violência doméstica, direitos das mulheres, política, criação de filhos e, agora, da cannabis, um tema ainda tabu, mas que ganha força quando encontra vozes como a dela.

Seu posicionamento não é apenas panfletário. É humano. E, por isso mesmo, necessário! Ao falar abertamente sobre o uso da cannabis, ela contribui para desestigmatizar uma planta que tem salvado vidas, aliviado dores invisíveis e promovido saúde integral.

Mãe, atriz, cidadã, feminista, fumante de cannabis, ferida em reconstrução. Luana segue sendo tudo isso ao mesmo tempo, com a honestidade de quem já chorou muito e agora quer, sim, viver em paz. Mesmo que essa paz inclua uma brisa de vez em quando.

Assista na íntegra a matéria que foi ao ar no quadro "Pode Perguntar" do Fantástico: