A cannabis, popularmente conhecida como maconha, é uma planta com uma longa trajetória de aplicações medicinais, industriais, recreativas e religiosas. Civilizações antigas, como a chinesa, já utilizavam a cannabis por volta de 2700 a.C.

A planta, que no Brasil ganha destaque principalmente devido ao seu poder terapêutico, contém mais de 400 compostos químicos ativos, sendo os canabinoides os mais notáveis.

Principais tipos de cannabis

A planta pode ser dividida em três espécies principais: Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis.

Cannabis Sativa

A Cannabis sativa é alta, com folhas longas e finas. É conhecido por seus efeitos energéticos e eufóricos, sendo comumente usado para tratar fadiga, ansiedade e depressão.

Cannabis Indica

A Cannabis indica, originária de regiões montanhosas como o Afeganistão, tem estrutura mais compacta e folhas largas. Ela oferece efeitos mais relaxantes e sedativos, ideais para tratamento de insônia, dores crônicas e estresse.

Cannabis Ruderalis

Menos comum, a Cannabis ruderalis é usada em cruzamentos genéticos para criar variedades híbridas. Ela floresce automaticamente, independentemente da luz, sendo valorizada pela resistência e pelos ciclos rápidos de cultivo.

Híbridos

Os híbridos combinam características de diferentes espécies, criando cepas com propriedades específicas que podem ser adaptadas para necessidades terapêuticas individuais.

Cânhamo: o que é e suas aplicações

Embora a cannabis e o cânhamo sejam variantes da mesma planta, diferenciam-se em composição e uso. A distinção entre ambos muitas vezes causa confusão, mas é convicção que a principal diferença está relacionada à quantidade de THC (tetrahidrocanabinol) — composto psicoativo da planta, permitido em cada país. No entanto, essas diferenças também envolvem fatores genéticos, fenótipos e as condições de cultivo.

O cânhamo, com menos de 0,3% de THC, é amplamente utilizado na produção de alimentos, ração animal, tecidos, papel, biocombustíveis e até plástico. Seu óleo de semente é rico em vitaminas A, C e E, além de proteínas, fibras e minerais.

Canabinoides e seus benefícios terapêuticos

Os canabinoides, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), são os compostos mais conhecidos da cannabis. O CBD é eficaz no tratamento de doenças neurológicas, dores crônicas e recuperação muscular. Já o THC é amplamente utilizado para aliviar náuseas e dores, especialmente em pacientes com câncer em tratamento quimioterápico.

Outros canabinoides, como o CBN (canabinol), CBG (cannabigerol) e CBC (canabicromeno), também oferecem propriedades medicinais, como sedação, efeitos anti-inflamatórios e neuroproteção.

O efeito entourage: a sinergia dos compostos

O chamado "efeito entourage" ocorre quando diversos compostos da cannabis, como canabinoides, terpenos e flavonoides, atuam juntos, potencializando os efeitos terapêuticos. Essa sinergia permite o uso de doses menores e com menos efeitos colaterais, sendo um dos motivos de interesse crescente por parte de médicos e cientistas.

Usos medicinais e efeito terapêutico da cannabis

Pesquisas mostram que a cannabis tem potencial para aliviar dores (crônicas, neuropáticas e oncológicas), reduzir inflamações (como em artrite e doenças inflamatórias) controlar ansiedade e depressão, melhorar a qualidade do sono e atuar como neuroprotetor (Alzheimer, Parkinson). A cannabis é utilizada para tratar diversas situações que você encontra na lista de doenças do Sechat.

No entanto, o uso da cannabis não é indicado para grávidas, lactantes e pessoas com doenças hepáticas. Além disso, a planta pode interagir com outros medicamentos, exigindo supervisão médica para um uso seguro.

Além do uso por médicos, a planta tem resultados promissores eu suas aplicações na odontologia e veterinária. No setor industrial, o cânhamo é amplamente utilizado, desde a alimentação até o biocombustível.

Formas de administração

Existem várias formas de consumir cannabis, desde métodos orais até descritos e inalatórios. Cada método de administração pode ter efeitos diferentes no corpo, dependendo da condição tratada. Veja abaixo algumas possibilidades:

Oral: óleos, cápsulas e comestíveis;
Tópico: cremes, loções e pomadas;
Inaladas: vaporização e fumo;
Retal: supositórios;
Vaginal: óvulos e cremes vaginais.

Cada método de administração pode ter efeitos diferentes no corpo, dependendo da condição tratada.

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