Farmacêutica encontra na dor da perda o amor pela medicina canábica

Após perder seu avô, ainda no ensino médio Alessandra começou sua jornada no mundo da cannabis; hoje a farmacêutica aposta na informação para quebrar preconceitos

Publicada em 01/08/2024

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Imagem: Reprodução do Instagram

Farmacêutica Clínica de 24 anos, Alessandra Dantas começou seus estudos sobre a medicina canábica em 2015, quando ainda estava no ensino médio. Na época, a moradora de Bragança Paulista - SP, perdeu seu avô, que sofria com Alzheimer. “Eu vivi todo o sofrimento dele, enxerguei tudo o que a doença é capaz de fazer”, relembra.

A dor e a vontade de não deixar mais ninguém passar por esta situação incentivaram a jovem a buscar alternativas que pudessem prevenir o Alzheimer. Assim, Alessandra deixou o preconceito de lado e entrou no mundo da cannabis. “Quando comecei a estudar e pesquisar sobre cannabis, pensava ‘como assim essa planta tão demonizada tem propriedades medicinais?’ Foi um choque”, relata ela.

Incentivada pela história do avô, Alessandra cursou farmácia na USF (Universidade São Francisco) e desenvolveu seu TCC (Trabalho de conclusão de curso) sobre o potencial terapêutico dos canabinoides no combate à doença de Alzheimer.

Agora, alguns meses após terminar a graduação, a farmacêutica trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HUSF (Hospital Universitário São Francisco), onde lida diariamente com pacientes de alto risco. “Infelizmente vejo morte todos os dias. As vezes penso como a cannabis poderia estar ajudando alguma dessas pessoas”, comenta.

“Até hoje, recebi apenas um paciente que utilizava o óleo de cannabis, ainda é uma medicação com pouco acesso no Brasil”, finaliza Alessandra, após destacar que na UTI do HUSF, remédios a base da cannabis não são receitados para os pacientes.

 

“Informação é a chave”

 

“Vejo muitas pessoas falando sobre a planta, sem nenhum conhecimento. Existem vários cursos, aulas, eventos, livros com informações relevantes acerca do potencial terapêutico da cannabis. A informação existe, mas precisa ser buscada”, comenta a farmacêutica.

Estando presente na última edição da Medical Cannabis Fair, Alessandra aproveitou para trocar experiências e perguntas sobre tudo que tinha direito aos expositores presentes. “Queria saber desde como é cultivada a planta até como o produto chegava no paciente. Informação é a chave”, comenta.