Incubadora cria formulário para pacientes afetados pelas enchentes no RS

Entre os 50 pacientes que responderam a pesquisa, 72% foram afetados pela catástrofe climática no estado; 4% perderam total mente seu tratamento

Publicada em 21/06/2024

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62% dos pacientes que responderam não tiveram seu tratamento impactos pela enchente, mas não sabiam como seria a próxima compra. Foto: arquivo

Percebendo a necessidade de alguns pacientes canábicos que não estavam recebendo seus medicamentos, a Planta Madre Hub decidiu elaborar um formulário para entender a real situação dos gaúchos. 72% das 50 pessoas que responderam o formulário foram afetados pela catástrofe climática no Rio Grande do Sul. 10% tiveram suas casas atingidas pela água e 50% ficaram sem serviços básicos por semanas.  

Dados

62% dos pacientes que responderam não tiveram seu tratamento impactos pela enchente, mas não sabiam como seria a próxima compra; 28% estavam com seus remédios em trânsito, sem previsão de entrega e 4% perderam sua medicação por conta das enchentes.

55% dos pacientes que responderam realizam o tratamento com cannabis há mais de um ano; 25% começou de seis a 12 meses e 20% é paciente recente (menos de seis meses). Destes, 54% obtêm o remédio por meio das associações; 30% de importação e o restante utiliza outros meios (farmácia, autocultivo).    

Conforme Clarissa Krieck, uma das quatro mulheres líderes da incubadora Planta Madre, a pesquisa segue em andamento e espera receber mais respostas. “Postamos o formulário duas semanas após o início das chuvas, então muitas pessoas não viram. Sabemos que esses dados podem ser muito importantes no auxílio dos paciente”. Link do formulário  

Próximos passos

A partir da coleta e organização destes dados individuais, é possível identificar o cenário geral, definindo quais medidas devem ser tomadas. No mês de maio, a Planta Madre apresentou uma uma interpelação formal à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a fim de flexibilizar os protocolos de envio e entrega dos produtos à base da planta para o RS.  

“Existe uma questão técnica da Anvisa que permite a entrega apenas com endereço cadastrado. Mas muitas pessoas ainda estão em abrigos, nas casas e familiares”, segundo a empresária.

Conforme boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, atualizado na terça-feira (18), 388.781 pessoas ainda estão desalojadas. Além disso, 10.485 estão vivendo em abrigos.

A terceira iniciativa da incubadora, em parceria ao empresário Fernando Velho, foi criar um grupo de Whatsapp para unir todas as frentes canábicas do estado. Segundo Clarissa, o canal é um “ponto de encontro e troca” entre ativistas, médicos, empresários, produtores agrícolas, educadores e outros.

“Ainda não temos um objetivo definido para o grupo. Acreditamos que as próximas ações podem e devem ser construídas em conjunto com os nossos colegas canábicos”, explica Clarissa.