Leis estadunidenses sobre cannabis estão relacionadas a aumento nos transtornos de uso, diz estudo
Pesquisa revela ligação entre legalização da cannabis e aumento de intoxicação e transtornos por uso nos EUA. Dados destacam impacto em adultos segurados
Publicada em 30/12/2024
Imagem Ilustrativa: IA
Um estudo publicado no JAMA Psychiatry encontrou que estados com leis de cannabis medicinal e recreativa apresentaram aumentos significativos em transtornos por uso de cannabis (Cannabis Use Disorder - CUD) e casos de intoxicação. O período analisado, de 2011 a 2021, abrange dados de mais de 110 milhões de adultos com seguro de saúde patrocinado por empregadores.
Crescimento expressivo nos casos de CUD e de intoxicação
De acordo com os pesquisadores, os estados que legalizaram a cannabis medicinal registraram aumentos de 42,7% nos casos de transtorno por uso de cannabis e de 88,6% nos casos de intoxicação por cannabis, em comparação com estados sem leis semelhantes. Já os estados que legalizaram o uso recreativo da substância apresentaram um aumento de 31,6% em intoxicações.
Grupos mais afetados
Os dados mostram que mulheres e pessoas entre 35 e 44 anos foram as mais afetadas pelos transtornos por uso de cannabis em estados com leis autorizando tratamento com cannabis medicinal. No entanto, a abertura de dispensários e a permissão para cultivo doméstico não mostraram correlação direta com os aumentos observados.
Os autores do estudo alertam que comunidades com maior acesso à cannabis enfrentam maiores custos de saúde devido ao aumento de diagnósticos relacionados à substância. “Novas intervenções clínicas e políticas são necessárias para conter esses diagnósticos crescentes”, afirmaram os pesquisadores.
Importância de dados consistentes
A pesquisa, baseada no banco de dados Merative MarketScan, é considerada uma análise robusta, cobrindo uma década de dados nacionais e estaduais. Ela ressalta a importância de monitorar os efeitos das políticas públicas relacionadas à cannabis.
O estudo lança luz sobre as consequências não intencionais da legalização da cannabis, especialmente no aumento de transtornos e intoxicações. A pesquisa destaca a necessidade de ações políticas e educativas para mitigar eventuais impactos negativos na saúde pública.
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Fonte: labroots