A psilocibina, o composto ativo encontrado nos chamados "cogumelos mágicos", tem atraído crescente interesse, especialmente à medida que a terapia psicodélica assistida ganha espaço. Enquanto a maioria da psilocibina utilizada em ensaios clínicos é sintetizada em laboratórios, existem diversas maneiras de obtê-la, cada uma com seus próprios benefícios e desafios.  

Por isso, separamos quatro métodos principais de produção do composto que nos ajuda a entender as nuances de cada abordagem. Confira.

1. Psilocibina Sintetizada Quimicamente

A síntese química da psilocibina é a abordagem mais utilizada em contextos legais e médicos. Esse método, introduzido inicialmente pelo químico Albert Hofmann, permite a produção de psilocibina em sua forma pura e cristalina, facilitando a purificação e garantindo a consistência necessária para ensaios clínicos. A sintetização química também facilita a aprovação regulatória, essencial para a progressão dos tratamentos médicos alternativos.

2. Cogumelos Inteiros ou Psilocibina de Espectro Completo

Os cogumelos que produzem psilocibina foram a única fonte deste composto por milênios. Além da substância, esses cogumelos contêm uma variedade de outros compostos que podem contribuir para a experiência terapêutica. Esse "efeito entourage" sugere que os benefícios dos cogumelos podem superar os da psilocibina isolada. No entanto, a regulamentação e a variabilidade natural dos compostos presentes nestes tipos de fungos apresentam desafios significativos para a pesquisa e a padronização dos tratamentos.

3. Psilocibina Isolada de Origem Natural

A psilocibina pode ser extraída diretamente dos cogumelos, resultando em um produto quimicamente idêntico ao sintetizado em laboratório, mas derivado de uma fonte natural. Embora o processo de extração possa ser mais direto, a baixa concentração de psilocibina nos cogumelos e a complexidade da separação dos subprodutos biológicos tornam este método menos eficiente. Algumas empresas, no entanto, acreditam que, apesar dos desafios, a extração natural pode ser mais lucrativa e oferecer uma abordagem mais sustentável e alinhada com a produção natural.

4. Psilocibina Biossintetizada

A biossíntese envolve o uso de leveduras geneticamente modificadas para produzir psilocibina. Este método, que está ganhando popularidade, oferece uma alternativa promissora tanto em termos de eficiência quanto de custo. A produção através de organismos modificados pode combinar a consistência da síntese química com os benefícios percebidos de uma origem natural.

Conclusão

Cada método de produção de psilocibina possui suas vantagens e desvantagens. A síntese química oferece pureza e eficiência, os cogumelos inteiros fornecem um espectro completo de compostos, a extração natural apresenta um meio-termo entre a síntese e a fonte biológica e, a biossíntese, propõe uma solução inovadora e potencialmente mais sustentável.  

À medida que a pesquisa e a demanda por psilocibina aumentam, é provável que uma combinação desses métodos seja utilizada para atender às diversas necessidades do mercado e da terapia psicodélica.

Informações: El Planteo