Pesquisa argentina avalia uso terapêutico de psicodélicos em transtornos mentais
Argentina realiza estudo clínico com 5-MeO-DMT para tratar depressão e ansiedade, investigando a eficácia e segurança dessa substância psicodélica em voluntários
Publicada em 16/12/2025

Estudo com 5-MeO-DMT em hospital público marca avanço da pesquisa psicodélica na Argentina | Reprodução IA
Pesquisadores da Argentina estão avançando no campo da pesquisa psicodélica ao desenvolver um estudo clínico com o 5-MeO-DMT, substância investigada por seu potencial terapêutico em transtornos como depressão e ansiedade.
Segundo o portal El Planteo, os ensaios são realizados na província de San Juan e marcam uma das primeiras iniciativas do tipo em um hospital público do país.
O estudo acontece no Hospital Descentralizado Dr. Marcial V. Quiroga e é coordenado pela Universidade Católica de Cuyo, em parceria com a empresa canadense BioMind Labs.
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A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa local e pela ANMAT, agência reguladora argentina, garantindo que o protocolo siga critérios internacionais de segurança e ética.
Ensaio clínico segue modelo rigoroso
De acordo com o El Planteo, o estudo é randomizado e controlado por placebo, considerado padrão-ouro em pesquisas clínicas. As fases I e II já foram concluídas e tiveram como foco avaliar a segurança, a tolerabilidade e as doses da substância em humanos.
Participaram da pesquisa 40 voluntários, com idades entre 40 e 80 anos, todos com níveis elevados de ansiedade e depressão. Os participantes foram divididos em grupos que receberam diferentes doses de 5-MeO-DMT sintético, administrado por via sublingual uma vez por semana, durante quatro semanas. Um grupo controle recebeu placebo.
Ao longo do estudo, os voluntários passaram por monitoramento clínico contínuo, com avaliações físicas, cognitivas e emocionais.
Versão sintética e próximos passos
O 5-MeO-DMT, conhecido cientificamente como 5-metoxi-N,N-dimetiltriptamina, ocorre naturalmente em plantas e animais, mas, neste estudo, foi utilizada uma versão sintética da substância.
A escolha permite maior controle sobre a composição e a dosagem, além de evitar impactos ambientais.
Embora os resultados completos ainda não tenham sido divulgados, o avanço das fases iniciais já é considerado um marco para a pesquisa em saúde mental na Argentina.
A expectativa é que os dados contribuam para ampliar o debate científico sobre novas alternativas terapêuticas, especialmente para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.
Com informações de El.Planteo.


