Plásticos de cânhamo
O cânhamo é uma alternativa limpa aos compostos plásticos que poluem e prejudicam o meio ambiente
Publicada em 30/11/2022
Por Redação Sechat
Uma alternativa mais sustentável e que tem demonstrado ser promissora para o Brasil e o mundo, é o cânhamo, uma das variedades da cannabis sativa. A planta não possui um índice significativo de THC – a quantidade de THC é inferior a 0,3% -, canabinoide responsável pelos efeitos psicoativos que geralmente são associados ao uso adulto.
Atualmente são perceptíveis as mudanças climáticas, a grande perda de biodiversidade e a contaminação do solo, do ar e dos mares. Outro fator preocupante é o descarte inadequado de embalagens e outros produtos.
Segundo relatórios do Greenpeace, a cada segundo mais de 200 quilos de plástico são despejados nos mares e oceanos de todo o mundo, o que equivale a mais de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano.
Medidas já começaram a ser tomadas em nível internacional por governos e organizações ambientais para deter esse grande dano ecológico que está ameaçado. No entanto, as metas estabelecidas nos vários acordos internacionais para 2030 e 2050 parecem algo inatingível para muitos países e regiões.
Cânhamo: Uma matéria-prima que volta do passado
O cânhamo é a planta que pode ajudar a reinventar o futuro, já que representa uma alternativa limpa, ecológica, sustentável e renovável. Pode substituir o uso de materiais poluentes na fabricação de produtos em diversas indústrias, como construção, automobilística, moda, design e esportes.
O cânhamo não é um novo recurso, por milhares de anos, ele tem sido usado por suas propriedades nutricionais e seus múltiplos benefícios para a saúde, também é usado como matéria-prima na fabricação de inúmeros produtos. Ele é uma das culturas que cria biodiversidade ao seu redor e seu cultivo permite obter três matérias-primas a baixo custo: as sementes, a fibra e a polpa. A fibra sempre foi a mais utilizada pelas suas magníficas qualidades, de origem vegetal é mais resistente e absorvente, assim como a mais durável.
Em resumo, os materiais bioplásticos, incluindo os feitos de cânhamo, apresentam vantagens importantes para o meio ambiente. Como não são feitos de combustíveis fósseis, não produzem dióxido de carbono quando se decompõe. A estimativa é que o mercado global de cânhamo atinja US$ 15 bilhões até 2027, segundo a consultoria Reports and Data.
O Cânhamo tem um crescimento rápido e baixo custo para produzir e o Brasil possui enorme potencial agrícola e condições climáticas favoráveis para tornar o país um grande exportador da matéria.
A celulose do cânhamo pode ser extraída e usada para fazer celofane, rayon, celulóide e uma variedade de plásticos relacionados. Sabe-se que o cânhamo contém cerca de 65-70% de celulose e é considerado uma boa fonte promissora, principalmente graças à sua relativa sustentabilidade e baixo impacto ambiental . Em comparação, a madeira contém cerca de 40% de celulose, linho 65-75% e algodão até 90%.
Reduzir o aquecimento global
O plástico de cânhamo, como todos os produtos duráveis de cânhamo e outros materiais de construção à base de plantas, também “absorve” carbono. As plantações de cânhamo absorvem CO2 à medida que crescem, retendo carbono (o elemento básico de todas as plantas e animais) e liberando oxigênio. O cânhamo colhido é essencialmente composto de carbono absorvido da atmosfera e quando é usado para fabricar materiais duráveis, esse carbono é impedido de ser reintroduzido na atmosfera como CO2. Essa qualidade ajuda a combater o aquecimento global, ao contrário da produção de plásticos petroquímicos, que geram grandes emissões de CO2 e derivados tóxicos.