“São leis que não servem para nada”, afirma Margarete Brito sobre a distribuição de remédios à base de cannabis pelo SUS

A regulamentação da cannabis no Brasil precisa estimular a pesquisa e o desenvolvimento econômico

Publicada em 22/12/2022

“São leis que não servem para nada”, afirma Margarete Brito sobre a distribuição de remédios à base de cannabis pelo SUS

Por Leandro Maia

Margarete Brito, advogada com atuação no terceiro setor, afirmou que as leis que regulamentam a distribuição de medicamentos à base de cannabis pelo SUS (Sistema Único de Saúde), “não servem para nada”, criticou. No ponto de vista dela, que também é colunista do Portal Sechat, a legislação, após aprovada, nunca é colocada em prática.

Nesta quarta-feira (21), a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou o projeto (PL 1.1180/2019), do deputado Caio França (PSB), que autoriza o poder público a comprar os remédios com substâncias extraídas da planta. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo Governo do Estado de São Paulo para entrar em vigor a partir de 2023.

“Essas leis servem para pautar a mídia e nada mais”,
repetiu Margarete.   

O primeiro projeto de lei para regulamentar o uso da cannabis medicinal no Brasil foi aprovado em 2016, no Distrito Federal. Desde a aprovação do projeto, de autoria do deputado Rodrigo Delmanto, foram poucos avanços.

Segundo a Margarete, a primeira mulher brasileira a receber o Habeas Corpus para o cultivo individual para produção de remédio para sua filha, outros estados brasileiros também já aprovaram leis para regulamentar o acesso à cannabis medicinal via SUS.

Após conversar com pessoas de outros estados, ela chegou à conclusão de que nenhum paciente, até hoje, conseguiu ter acesso aos medicamentos direto de farmácias públicas ou secretarias de saúde.

Com base nos relatórios das associações, a empresa de acompanhamento do universo canábico, Kaya Mind, divulgou que aproximadamente 90 mil famílias lutam para ter acesso à cannabis medicinal no Brasil.

O que muito se questiona é: quando essas leis serão compridas?

Em Búzios, a licitação para a compra de um tipo de produto com 3% de THC está na fase final. A aquisição irá custar aos cofres públicos mais de R$5 milhões e o prazo é de um ano.

De acordo com ela, a regulamentação da planta precisa estar associada ao desenvolvimento econômico do país.

“Não podemos ignorar que quando houver licitação para atender a essas leis municipais, serão produtos importados, que não gera mão de obra, riqueza no país. Isso cria uma dependência, sem contar as pesquisas científicas com plantas”, pontuou.

“São leis que não servem para nada”, afirma Margarete B...