Startup canábica entra na USP para inovar a prescrição de cannabis medicinal
Selecionada pelo SUPERA Parque, Canabinote busca mitigar a insegurança médica com tecnologia baseada em evidências científicas e neutralidade comercial
Publicada em 26/11/2025

Distrito de Inovação da USP. Foto: Fernando Zolubas Preto e Fábio Durand/Skyrats/USP Imagens
A startup Canabinote foi aprovada no processo de seleção para o Programa de Incubação da SUPERA Incubadora de Empresas de Base Tecnológica. A entrada no programa conecta a empresa diretamente ao ecossistema de inovação da Universidade de São Paulo (USP) Ribeirão Preto.
Segundo a empresa, o movimento é estratégico para o setor de saúde. O objetivo principal é desenvolver tecnologias que baseiem a prescrição de cannabis medicinal estritamente em evidências científicas sólidas. A incubação visa refinar uma ferramenta focada em mitigar a insegurança que muitos médicos ainda sentem ao recomendar canabinoides.
Um novo modelo para a prescrição de cannabis medicinal
A proposta da startup, que será aprimorada durante o período no Supera Parque, consiste em inverter a lógica frequentemente vista no mercado. A plataforma estrutura a jornada do médico priorizando a estratégia terapêutica antes da escolha comercial.
O sistema começa pela definição baseada em ensaios clínicos e dosagens validadas. Somente após essa etapa técnica, a ferramenta apresenta as opções de produtos disponíveis para a prescrição de cannabis medicinal.
Para garantir a isenção técnica, a empresa adota um modelo onde não há cobrança para o cadastro de produtos, nem publicidade paga. As marcas são listadas apenas se apresentarem os Certificados de Análise (COAs) em conformidade com os critérios da Farmacopeia Brasileira.
Dessa forma, o intuito é oferecer ao médico uma comparação técnica neutra. O foco permanece na eficácia do tratamento, dissociando a prescrição de cannabis medicinal de acordos comerciais enviesados.
Tecnologia e o futuro da prescrição
Durante o ciclo de incubação, a Canabinote informou que focará em três eixos de desenvolvimento tecnológico. O primeiro é a Inteligência Artificial, aprimorando algoritmos para automatizar a extração de dados de novos estudos científicos e manter a base atualizada.
O segundo eixo é a interoperabilidade com sistemas de gestão hospitalar e prontuários eletrônicos. A meta é inserir a prescrição de cannabis medicinal no fluxo padrão das instituições de saúde de forma orgânica.
Por fim, a etapa de validação envolverá testes da ferramenta em ambiente real. Sob a mentoria técnica do parque, a empresa buscará mensurar a assertividade das recomendações clínicas geradas pela plataforma.



