Tenista norte-americano Casey Kania é suspenso por 2 anos ao testar positivo para cannabis

Veja também como a ciência explica os benefícios da cannabis no esporte

Publicada em 29/02/2024

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A Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) anunciou a suspensão do tenista norte-americano Casey Kania por dois anos, devido a uma violação do Programa Antidoping do Tênis (TADP).

O jogador, atualmente na 1353ª posição do ranking de duplas aos 21 anos, testou positivo para a substância Carboxi-THC, conhecida como cannabis, após uma coleta de urina realizada em agosto de 2023 durante o Challenger de Cary, nos Estados Unidos. Kania não possuía uma Isenção de Uso Terapêutico (AUT) válida, levando ao seu afastamento preventivo, uma vez que a substância está na lista de proibições da Agência Mundial Antidoping (WADA).

Em novembro, após a análise laboratorial da contraprova confirmar a presença da substância no organismo do atleta, Kania foi acusado de violar as regras antidopagem (ADRV) nos termos dos artigos 2.1 e/ou 2.2 do TADP. Apesar de a ITIA aceitar que a violação não foi intencional, o tenista não conseguiu demonstrar ausência de culpa ou negligência.

Consequentemente, foi aplicado um período de inelegibilidade de dois anos, conforme previsto no artigo 10.2.2 do TADP, em vez da sanção de quatro anos para violações intencionais. A suspensão entrou em vigor em 2 de fevereiro de 2024, data da decisão, e será válida até 1 de fevereiro de 2026. Todos os resultados, pontos de classificação e prêmios em dinheiro obtidos por Casey Kania no Challenger de Cary e eventos subsequentes foram removidos.

Como a ciência explica os benefícios da cannabis no esporte 

Em artigo publicado no portal Sechat, o ortopedista Jimmy Fardin explica que a cannabis possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antioxidantes. Esses efeitos terapêuticos fazem total diferença na recuperação muscular de um atleta de alto rendimento por que interagem com o Sistema Endocanabinoide. O que diferente dos demais tratamentos que existem, modula a reação. "Esse é o grande diferencial quando se trata de resposta de reação ao seu corpo. Os anti-inflamatórios normais são bloqueadores de reações químicas, inibindo as prostaglandinas ou ciclooxigenases, que são constituintes de geração de inflamação. Logo quando bloqueados não geram a inflamação… mas em certo ponto é importante ter uma inflamação, para o corpo poder ter reação, resposta a ao estímulo nocivo, e quando se impede essa reação, o corpo deixa de aproveitar algo natural e que faz parte do processo de recuperação".

Como a cannabis atua nas lesões no esporte

A cannabis através de modulação com atuação seja em receptores ou em enzimas que degradam fatores de inflamação, acabam controlando melhor essa resposta, não deixando que ela seja exagerada, mas deixando que ela ocorra em um certo nível. 

"Assim a recuperação se torna muito mais efetiva e em menor tempo. imagine um trem que bate de frente com outro, ele será impedido de prosseguir… agora imagine um trem que vem ao lado deste e ajusta sua velocidade para não correr tão rápido, mas mantém seu curso… seria a analogia do anti-inflamatório e a cannabis em suas formas de atuar na inflamação. Isso vale também para uma das maiores indicações da cannabis em atividade física. DOMS (delayed onset muscle soresness) é um nome esquisito para aquela dor do dia seguinte depois de malhar ou de atividade física mais intensa", diz Fardin. 

No artigo, o ortopedista também explica que a cannabis atua muito em um tipo de microlesão muscular, pois permite que a reação aconteça (é muito importante para ganho de massa muscular e resistência) porém, sem ser exagerada. 

"Assim, o atleta consegue diminuir o desconforto e retornar mais aos treinos com a musculatura mais rapidamente recuperada. Alguns artigos recentes trazem a confirmação desses benefícios da cannabis na DOMS (clique nas palavras artigos e recentes para acessá-los)", completa.

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