Em um mundo onde o trabalho tantas vezes é sinônimo de exaustão, pressa e sobrecarga, há um lugar onde a rotina tem aroma de propósito, onde os turnos começam com sorrisos e terminam com a sensação de que, sim, valeu a pena. E, segundo a mais recente pesquisa da plataforma Deputy, esse lugar é a indústria da cannabis.

O relatório anual Shift Pulse 2025 analisou mais de 1,5 milhão de respostas de trabalhadores horistas nos Estados Unidos e revelou algo surpreendente: os profissionais da indústria canábica são os mais felizes entre todos os setores econômicos avaliados. Nada menos que 92% deles relataram uma percepção positiva sobre seus empregos.

Trabalhar com cannabis: mais sentido, não só salário

Num ano em que o índice geral de satisfação no trabalho caiu, segundo dados, mais de de 80% em 2024 para 78,5% em 2025, ver uma indústria emergente liderar o ranking da felicidade é um sopro de esperança.

Mas o que explica essa alegria tão marcante? O relatório aponta pistas: cultura de trabalho mais coesa, competitividade salarial, autonomia, previsibilidade do dia a dia e, acima de tudo, propósito.

Sim, para muitos desses trabalhadores, não se trata apenas de vender produtos, mas de participar de uma transformação social. A cannabis, por tanto tempo criminalizada e agora redescoberta como aliada da saúde,  parece carregar também a capacidade de ressignificar a própria ideia de labor.

Além da indústria da maconha, os setores de cigarros eletrônicos, cafés, buffets e odontologia também figuraram no topo da lista, com mais de 90% de satisfação. Em contrapartida, áreas como a farmacêutica tradicional, serviços postais e saúde animal ficaram entre as mais infelizes, com índices de bem-estar emocional abaixo de 15%.

Segundo a Deputy, os setores mais felizes têm algo em comum: trabalhadores que sentem controle sobre suas jornadas, vínculos reais com as equipes e clareza sobre o impacto do que fazem. Ou seja, não é (só) o salário que move essa alegria, mas o sentimento de pertencimento.

Não é fácil, mas é leve

A pesquisa também chama atenção para um ponto sensível: os trabalhadores da cannabis, apesar da satisfação, enfrentam desafios reais. A proibição federal ainda impõe barreiras, principalmente na questão bancária, o que obriga muitos estabelecimentos a operar em dinheiro vivo, aumentando riscos como roubos e insegurança.

Mesmo assim, a sensação geral é de avanço. Em estados com legalização mais consolidada, os trabalhadores têm buscado mais garantias, como acordos de paz trabalhista e proteção sindical. Em Oregon, inclusive, uma lei estadual que exigia neutralidade dos empregadores na sindicalização foi recentemente revogada por decisão judicial.

Lições que vão além do setor

“Propósito, previsibilidade e uma sensação de controle sobre o dia de trabalho importam tanto, se não mais, do que prestígio ou remuneração por si só”, resume o relatório.

Com informações de Marijuana Moment.

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