Por Redação Sechat com informações de El Planteo

Hyder Khoja, que faz parte do conselho consultivo do Psychedelic Spotlight, pretende empregar substâncias psicodélicas para trazer de volta a consciência aos pacientes em coma persistente.

O profundo potencial dos psicodélicos no tratamento de uma série de condições psicológicas continua a se expandir. No momento da redação deste artigo, havia 59 estudos clínicos registrados em todo o mundo com a intenção de usar a psilocibina para tratar problemas de saúde mental, apenas um exemplo de muitos psicodélicos sob investigação.

Apesar de muitos ensaios clínicos focados em transtornos mentais, como depressão, ansiedade e TOC, Hyder Khojapretende usar esses compostos potentes para um propósito marcadamente diferente. Ele afirma que os psicodélicos poderiam potencialmente reviver a consciência de pacientes presos em coma persistente.

T Khoja obteve um PhD em Biologia Molecular e Engenharia Genética em 2003. Desde então, ele tem se esforçado para impactar diversos campos, liderando a inovação em ciências biológicas. Suas realizações notáveis ​​incluem a extração de lipídios de algas para criar biocombustíveis e o emprego de canabinoides combinados com capsaicina (o ingrediente ativo da pimenta malagueta) como um novo tratamento para doenças do fígado gorduroso.

O mais recente esforço do Khoja com sua empresa, Transcendent Therapeutics, visa usar compostos como psilocibina, LSD e DMT para desenvolver o que ele chama de “terapia de ressurreição do coma”.

O coma pode resultar de vários ferimentos na cabeça, desde acidentes de carro até derrames. Embora muitos pacientes em coma acordem, alguns permanecem inconscientes indefinidamente. Khoja argumenta que a definição de coma está desatualizada e propõe que os psicodélicos poderiam ajudar a “reativar” a consciência dos pacientes em coma.

O complexo estado de coma "Qualquer paciente em coma está 'medicamente' morto porque o cérebro está morto", explicou o Khoja ao Psychedelic Spotlight. Ele se opõe ao conceito médico de “morte cerebral”. Ele acredita que o termo implica uma desconexão completa entre o cérebro e o corpo, mas se o cérebro estiver morto, ele não poderá se comunicar com o coração, as veias, os nervos ou a respiração – mas o coração continua bombeando em pacientes em coma. Ele não considera esta “morte cerebral” totalmente precisa.

Dr. Khoja enfatiza problemas de conexão cerebral em pacientes em coma. Lesões cerebrais traumáticas subjacentes ao coma podem danificar circuitos neurais essenciais para a consciência. Esses circuitos danificados mantêm os pacientes bloqueados nesse estado. Ele teoriza que os psicodélicos podem reacender essas conexões, potencialmente desbloqueando a consciência e a consciência.

O conforto do Khoja com esta abordagem inovadora decorre da experiência pessoal quando sua mãe entrou em coma após uma cirurgia no cérebro. Ela acordou três semanas depois. Ele contou: "Tudo o que pudemos ver quando ela acordou foi um leve movimento dos olhos. Depois ela fechou os olhos novamente por dois anos e ficou deitada na cama em estado de coma."

Testemunhar isso e descobrir a falta de tratamentos para esses pacientes formou a base inspiradora para a Terapia de Ressurreição do Coma.

Psicodélicos: a chave para a consciência? Embora a ideia do Khoja esteja em sua infância, outros pesquisadores a apoiam teoricamente. Neurocientistas da Divisão de Ciências do Cérebro do Imperial College London argumentaram recentemente que os psicodélicos podem ajudar no tratamento de “distúrbios de consciência”.

Coma, anestesia e outros estados reduzidos de consciência exibem sinais cerebrais menos complexos do que a consciência normal. Estudos neurocientíficos recentes descobriram que os psicodélicos aumentam consistentemente a “complexidade” dos sinais cerebrais. Os pesquisadores postulam que isso pode facilitar a transição dos pacientes da inconsciência para a consciência.

No entanto, traduzir a teoria em prática é um desafio, especialmente com pacientes em coma. A sua incapacidade de fornecer consentimento informado devido ao coma apresenta obstáculos éticos significativos. O uso de modelos animais poderia ser um passo inicial: induzir a inconsciência com um anestésico e depois administrar psicodélicos para observar o potencial despertar.

Khoja permanece otimista em relação ao futuro, concentrando-se no impacto potencial da terapia de ressurreição em coma em pacientes e familiares. Ele disse: “É um compromisso de longo prazo, mas acho que é necessário [usar psicodélicos] em situações em que as pessoas não têm esperança”. O objetivo de longo prazo da Transcendent Therapeutics, afirmou ele, é colaborar com as melhores universidades para desenvolver sua iniciativa.