Tarcísio de Freitas: eu pensei no meu sobrinho quando decidi sancionar o projeto de lei

Governador de São Paulo veta parte dos artigos e assume compromisso de apresentar, em 10 dias, grupo de trabalho para regulamentação das novas regras

Publicada em 01/02/2023

capa

Por Leandro Maia

É Lei a distribuição de remédios à base de canabidiol  pelas unidades de saúde pública estadual e privada conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou nesta terça-feira (31), no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

A implantação do Projeto de Lei (PL 1.180/2019) é prioridade do governo. A nova lei prevê que um grupo de trabalho para regulamentar o acesso da população seja formado em 30 dias. No entanto, Tarcísio afirma que pretende apresentar a equipe em no máximo 10 dias para acelerar o processo.

Os profissionais serão responsáveis pela implementação, atualização e reavaliação da Política Estadual de Medicamentos Formulados à Base de Cannabis. O trabalho será coordenado pela Secretária de Estado da Saúde.

Tarcísio de Freitas e Caio França durante aprovação da lei que garante distribuição de remédios à base de canabidiol no SUS de SP

O projeto de autoria do deputado Caio França (PSB) foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no fim de 2022. Após passar pelos deputados, a proposta de lei foi entregue ao governador no dia 13 de janeiro, com o prazo de 15 dias úteis para decidir pela sanção ou veto.

Motivado por um caso de doença rara na família, Tarcísio disse que lembrou do sobrinho, diagnosticado com a Síndrome de Dravet, quando decidiu sancionar o PL 1.180.

"O que me preocupa, às vezes, é o diagnóstico precoce de doenças raras. Eu citei o caso do meu sobrinho. A gente levou muito tempo para descobrir que ele tinha a Síndrome de Dravet. Se você não descobre (precocemente), você trata da maneira errada. Se você trata da maneira errada, você está perdendo tempo", explicou.

Segundo Tarcísio, o projeto original da lei apresenta alguns artigos em desacordo com a Constituição Federal de 1988. Por esse motivo, o projeto foi sancionado com vetos parciais e será devolvido para Alesp para os ajustes acordados com Caio França.

"A gente retirou do projeto questões extremamente técnicas que nos vamos 'jogar' para a regulamentação", concluiu.