Por João R. Negromonte

Sofrendo com crises respiratórias decorrentes de uma rinite alérgica crônica desde seus primeiros dias de vida, a gata persa Marie, que tem como tutoras a jornalista Bárbara Caldeira e sua tia Cristina Caldeira, começou a fazer uso de canabidiol (CBD) como alternativa de tratamento para a doença. 

O veterinário de Marie explicou que por conta do narizinho curto, o animal apresenta dificuldades de respirar e, por isso, têm dificuldades para interagir, comer e praticar atividades cotidianas como brincar e dormir.

“Começamos a tentar diminuir os alérgenos que tinham perto dela, como substituir a areia comum pela areia de farinha de milho e mandioca. Como tratamento, por muito tempo fizemos nebulização nela com soro fisiológico e óleo de ozônio, mas não surtiu muito efeito, era um alívio imediato mas ainda assim, ela não conseguia se alimentar tão bem”, explica Bárbara.

Após algumas tentativas terapêuticas que não surtiram o efeito esperado, o veterinário recomendou então o uso de cinco gotinhas de óleo de CBD ao dia. 

“Ouvimos falar dos efeitos positivos nos animais, além de que era mais uma tentativa para melhorar o bem estar da Marie, já que ela estava perdendo muito peso pela falta de apetite causada pelos problemas respiratórios”, disse a tutora ao destacar os benefícios do medicamento.

Bárbara salienta também que Marie não gosta muito da textura do óleo e hesita em abrir a boca, mas que é sempre recompensada com petiscos depois de ingerir o composto da maconha. 

Ao ser perguntada sobre o tempo de resposta do remédio, Bárbara disse que os resultados vieram logo no primeiro mês de uso. “Depois de 30 dias, ela começou a ter mais vitalidade para brincar, se alimentou melhor e ganhou peso rapidinho. Esse era o nosso maior medo, que ela não se alimentasse bem apesar dos esforços”.

Antes da terapia com o óleo de CBD, a tutora explica que Marie era uma gata apática, que não brincava, mas com o tratamento, “ganhou qualidade de vida, se alimentou mais e tem energia para brincar, enfim, voltou a ser uma ‘gata de verdade’. Ocasionalmente ela ainda solta catarro, mas é só fazer uma lavagem nasal que ela espirra e já se sente melhor”. 

O acesso do produto à base de cannabis se dá por meio de farmácias (com apresentação de receita médica para humanos), ou via associações de pacientes, que já aceitam prescrição de veterinários previamente habilitados. Mas Bárbara ressalta que Marie utiliza o produto comprado em farmácia, pois é a única a utilizar o óleo de CBD na casa e em poucas quantidades, por isso o gasto acaba sendo em conta.

“Sou muito grata ao óleo de cannabis, sem ele a Marie poderia continuar fraquinha e sem qualidade de vida. Hoje em dia ela brinca, é carinhosa e se alimenta muito bem, graças a esse tratamento” conclui.

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