Epilepsia

Publicado em 16/10/2023

A epilepsia, ou crise convulsiva, acontece devido a atividades anormais das células cerebrais, o que muitas vezes ocorre por traumas, como acidente vascular cerebral isquêmico, neoplasias, idiopáticos e pós-operatórios. Os sintomas variam entre contrações descontroladas e involuntárias dos músculos do corpo, rigidez especialmente dos braços, pernas e tórax, salivamento excessivo, dificuldade de respirar, entre outros. 

Entre as inúmeras evidências encontradas a respeito do tratamento com cannabis para epilepsia, uma que se destaca é um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), de 1980, conduzido pelo Professor Elisaldo Carlini. A pesquisa destacou os benefícios do CBD contra convulsões, primeiro em testes com camundongos e depois em ensaios com seres humanos adultos. Durante quatro meses, oito pacientes portadores da doença receberam doses diárias de 300 mg de canabidiol. Os resultados foram animadores: entre os pesquisados, quatro não apresentaram mais crises convulsivas, três obtiveram melhora parcial dos sintomas, enquanto apenas um, não demonstrou melhora clínica.     

Pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências do Cérebro, do Imperial College London e publicada na revista científica, BMJ Paediatrics Open, demonstrou os efeitos da cannabis em pacientes que tinham alguma disfunção epiléptica. O estudo foi feito com 10 crianças com diagnóstico de epilepsia grave, com idades entre 1 ano e 13 anos. Cada uma delas tomou, em média, 5,15 mg de THC e 171,8 mg de CBD por dia. 

Os resultados foram coletados por telefone ou videoconferência entre janeiro e maio de 2021. Dessa forma, os pais dos menores de idade relataram aos pesquisadores a experiência destes pacientes. O grupo de pesquisadores reconhece que o experimento envolveu um pequeno número de participantes e que são necessários mais estudos sobre o tema, porém, as crianças participantes utilizavam, em média, sete medicamentos no tratamento da epilepsia e, depois de começarem a tomar o extrato da cannabis feito com a planta inteira, isto é, com a presença de todos os canabinoides, a média geral caiu para apenas um medicamento e sete delas pararam de usar qualquer outro produto que não fosse o extrato.  

Além disso, os pais e responsáveis relataram melhoras significativas na saúde e no bem-estar dos filhos, inclusive melhora do sono, da alimentação, do comportamento e da cognição, depois que começaram a tomar o extrato de cannabis. 

 

 

 

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