Café da manhã na Câmara dos Deputados debate produção nacional de cânhamo industrial
Evento reuniu representantes da Embrapa, Ministério da Agricultura e Anvisa para discutir avanços regulatórios e o potencial econômico do cânhamo no Brasil
Publicada em 12/09/2024
Durante o evento, foram discutidos avanços legislativos e regulatórios necessários para permitir o cultivo dessa commodity no Brasil | Foto: Caio Marins
Na última quarta-feira (11), a Câmara dos Deputados em Brasília foi palco de um importante café da manhã promovido pelo Instituto Ficus, com apoio do escritório Madruga BTW, para tratar sobre a produção de cânhamo industrial em território nacional. O encontro reuniu representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além de diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O cânhamo, uma subespécie da cannabis com baixo teor de Tetrahidrocanabinol (THC), o composto psicoativo da planta, foi o centro das discussões. Diferente da maconha, o cânhamo não possui efeito entorpecente e é amplamente utilizado para a produção de grãos, fibras e canabidiol (CBD), com diversas aplicações na indústria e na medicina. No entanto, a regulamentação de seu cultivo e comercialização no Brasil ainda é um desafio a ser enfrentado.
A engenheira agrônoma Sílvia Bento, representando o Ministério da Agricultura, destacou o compromisso do ministro Carlos Fávaro com o avanço dessa pauta, ressaltando a importância de desenvolver uma regulamentação que permita o cultivo nacional de cânhamo. "Já recebemos demandas de notas técnicas e estamos trabalhando para apoiar esse movimento", afirmou.
Daniella Bittencourt, pesquisadora da Embrapa, defendeu a criação de um grupo de trabalho conjunto entre a Embrapa, Anvisa e Mapa para desenvolver uma tese regulatória que viabilize a produção de cânhamo no Brasil. Segundo ela, o projeto da Embrapa inclui 12 anos de pesquisas voltadas ao desenvolvimento de genéticas e técnicas de manejo para essa cultura, com grande potencial econômico e ambiental.
Além dos debates técnicos, o evento contou com a participação de empresários do setor e personalidades, como Luís Maurício, baixista da banda Natiruts e presidente da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial (ABCCI), que apresentou um baixo elétrico feito com madeira de cânhamo, exemplificando o vasto uso do material.