Cannabis medicinal: como a planta é relacionada à medicina ayurveda?
A colunista Raquel Magalhães da Casa e Jardim, sommelière de chás, comenta a origem, história, aspectos culturais, a relação e as similaridades da cannabis com os temas chá, ayurveda e yoga.
Publicada em 31/10/2021

Curadoria Sechat, com informações de Casa e Jardim (Raquel Magalhães)
Há registros de cultivo da cannabis já em 8.000 a.C., e o primeiro relato de seu uso medicinal foi feito pelo imperador e herborista chinês Shen Nong em 2717 a.C. Mesmo período que lendas e relatos também o apontam como descobridor do chá. Já o ayurveda, a medicina indiana, tem mais de 5.000 anos, e conta com a cannabis no preparo de uma bebida sagrada chamada Bhang, que proporciona coragem aos guerreiros.
Documentos como Dravya Gunas, livro-chave da farmacologia do ayurveda, divide a cannabis em três partes (ramos, flor e resina) e seus benefícios descritos são para os sistemas circulatório, nervoso, digestivo, respiratório, urinário, reprodutor, para a pele, insônia, tida como afrodisíaca, analgésica, entre muitos outros.
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A cannabis também era usada em rituais na cultura indiana desde 2.000 a.C., conforme descrito no Atharva Veda (texto clássico do ayurveda) como uma erva sagrada, relacionada a Shiva, que a considerava como um presente divino. Shiva é um dos deuses supremos do hinduísmo, conhecido como “o destruidor e regenerador da energia vital” ou como aquele que faz o bem. É considerado o criador do yoga (ciência irmã do ayurveda), devido ao seu poder de gerar transformações físicas e emocionais aos praticantes desta atividade.
Para o ayurveda e a medicina atual, a dosagem da cannabis variará de pessoa para pessoa, do organismo e da finalidade do tratamento.

Os benefícios da cannabis medicinal pode ser encontrada em óleos e extratos, cápsulas e comprimidos, cremes e loções, adesivos transdérmicos, vaporizada, sprays nasal e oral, supositórios, forma fumada...
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Quais as principais indicações da cannabis Medicinal atualmente?
Acne, psoríase e dermatites; anorexia; ansiedade, medo, pânico e depressão; artrite reumatoide; artrose; autismo; câncer; doenças autoimunes e degenerativas, como Parkinson e Alzheimer; dependência química; dores crônicas; diabetes; endometriose; epilepsia e convulsões; esclerose múltipla; esquizofrenia e psicose; fibromialgia; glaucoma; HIV; problemas gastrointestinais; entre outras.
Com todo o conhecimento ancestral, é difícil encarar toda a proibição, o preconceito e a falta de informação que ainda impera em boa parte da sociedade atualmente. Mesmo esta planta sendo amplamente estudada e alguns de seus benefícios já bem estabelecidos.

O uso da cannabis é aprovada em boa parte da Europa e em alguns países da América Latina. Colômbia, Chile, Uruguai e recentemente o Brasil retiraram o canabidiol da lista de substâncias proibidas e avançam rumo à regulamentação para a possibilidade de uso medicinal.
Espero que possamos em breve usufruir de todos os benefícios da cannabis medicinal, ajudando milhares de pessoas a encontrar conforto e tratamento para seus desequilíbrios.
Lembre-se sempre que você não deve se automedicar. O acompanhamento médico e profissional é de extrema importância. Há riscos de interações medicamentosas e, assim, evita maiores complicações no seu estado geral de saúde.
