Cannabis traz respiro imediato para sintomas do autismo, sugere levantamento
Novo estudo com adultos autistas mostra que o uso de cannabis pode reduzir rapidamente sintomas sensoriais, emocionais e comportamentais, apontando potencial de alívio imediato
Publicada em 05/12/2025

Pesquisa aponta que cannabis pode aliviar sobrecarga de adultos no espectro autista | CanvaPro
A vida de quem está no espectro autista costuma ser marcada por ruídos que o mundo não escuta. Mas um novo estudo indica que, para alguns adultos, a cannabis tem ajudado a diminuir essa intensidade, oferecendo um respiro rápido em momentos de maior sobrecarga.
Redução imediata após o uso
O levantamento, publicado na Scientific Reports, analisou dados de 111 adultos autistas que registraram 5.932 sessões de consumo de cannabis fumada ou vaporizada entre 2017 e 2023. A cada uso, os participantes avaliavam a intensidade dos sintomas antes e depois da sessão.
Os sintomas foram agrupados em quatro áreas:
- - Sensibilidade sensorial
- - Comportamentos repetitivos
- - Controle mental
- - Afeto negativo
A pesquisa encontrou uma redução média de 73% na severidade dos sintomas. A melhora apareceu em 98,33% das sessões, com efeitos consistentes em todas as categorias observadas: 97,26% em sensibilidade sensorial, 99,71% em comportamentos repetitivos, 97,68% em controle mental e 98,40% em afeto negativo.
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O estudo também identificou que doses maiores estavam associadas a reduções mais intensas nos sintomas, principalmente em comportamentos repetitivos, controle mental e afeto negativo. Os autores reforçam, porém, que se trata de um efeito agudo, limitado ao período imediatamente após o uso.
O que já se conhece sobre cannabis e TEA
Grande parte das pesquisas recentes envolvem formulações ricas em CBD, especialmente em crianças e adolescentes. Os resultados costumam apontar para:
- - Redução de irritabilidade e agressividade
- - Melhora do sono
- - Maior sociabilidade
- - Avanços na comunicação
A maioria dos estudos relata ausência de efeitos adversos graves, o que tem ampliado o interesse de famílias e profissionais da saúde. Ainda assim, pesquisadores ressaltam a importância de mais ensaios clínicos, com grupos maiores, controle placebo e acompanhamento prolongado.


