COP30: Pesquisador destaca o cânhamo industrial como solução sustentável e econômica para o futuro do planeta
Em Belém do Pará, Thiago Zilio, vice-presidente do ICT Cannabis Brasil, defende o cânhamo como aliado da sustentabilidade e da economia regenerativa na COP30
Publicada em 13/11/2025

Abertura da 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30) | Foto: Ricardo Stuckert / PR
Entre as vozes que se unem em Belém do Pará para discutir o futuro do planeta, uma delas falou sobre raízes. No segundo dia da COP 30, o pesquisador Thiago Zilio, fundador e vice-presidente do Instituto de Ciência e Tecnologia Cannabis Brasil (ICTC Brasil), conversou ao vivo com o Portal Sechat sobre o cânhamo industrial, uma planta capaz de limpar solos, gerar renda e inspirar um novo pacto entre humanidade e natureza. Um fio verde de esperança que se entrelaça à urgência do nosso tempo.
Zilio leva à conferência mundial sobre clima uma pauta que, apesar de milenar, ainda é nova para o Brasil: o reconhecimento do cânhamo como ferramenta estratégica para a sustentabilidade, a inovação e a economia regenerativa. Em um evento que fala sobre futuro, ele propõe um retorno à terra, um reencontro com o que é essencial.
Uma planta, mil possibilidades
Durante o bate-papo, transmitido ao vivo pelo Instagram do Sechat, Zilio afirmou que "o cânhamo não é apenas mais uma cultura agrícola, é um ecossistema de possibilidades e investir em cânhamo é investir em futuro".
Dele podem nascer mais de 30 mil produtos: fibras que constroem casas, biocompósitos que movem carros, alimentos ricos em nutrientes e tecidos que vestem o mundo com consciência ambiental. É o tipo de planta que parece ter sido desenhada pela natureza para nos lembrar que progresso e cuidado podem caminhar juntos.
O reencontro com a terra
O cânhamo é também um curador natural. Sua capacidade de fitorremediação permite que ele limpe o solo, absorvendo metais pesados e devolvendo vida ao que já parecia perdido. É uma planta que respira junto com o planeta, que sequestra carbono e ajuda a reequilibrar o que a pressa e o lucro desmedido desgastaram.

Ao falar na COP 30, Zilio reforça que o cânhamo pode ser um aliado concreto no enfrentamento das mudanças climáticas, uma cultura que não compete, mas coopera com o meio ambiente. “O cânhamo representa a chance de o Brasil alinhar produção e sustentabilidade. É uma planta que devolve o que tira, que cura o que foi ferido”, destaca.

Um futuro cultivado em verde
No Brasil, onde o verde é mais que cor, é identidade, permitir que o cânhamo floresça é uma escolha política e afetiva. É apostar em uma economia mais justa, em uma produção limpa e em um futuro que não precise escolher entre desenvolvimento e preservação.
A ciência já mostrou o caminho. A matéria-prima está pronta. Falta apenas que o olhar social e político se desfaça do estigma que ainda cerca o tema.



