O que Bolsonaro podia conhecer em Israel?

Publicada em 21/05/2019

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A visita do presidente do Brasil ao país do Oriente Médio é bastante polêmica – principalmente por causa do anúncio da abertura do escritório comercial brasileiro em Jerusalém. A cidade sagrada está no centro de uma disputa histórica na região. A Autoridade Palestina e os demais países árabes não gostaram da notícia, tampouco da visita do chefe de estado do Brasil ao muro das lamentações – local símbolo do conflito e que presidentes e premiês evitam para não dar espaço a interpretações equivocadas. Mas a intenção do atual governo brasileiro é justamente se mostrar próximo de Israel. E o país judeu tem bons predicados. Tecnologia de ponta nas áreas de defesa, cyber informação, agricultura e sabe o que mais? CANNABIS MEDICINAL!  

Neste exato momento, durante a visita de Bolsonaro ao país, acontece em Tel Aviv, a capital de Israel, a CannaTech – feira que reúne os principais agentes do setor em uma série de conferências sobre a maconha medicinal. Cientistas, empresários e líderes do setor estarão reunidos na cidade até o dia 3 de Abril para tratar do tema e apresentar o melhor em tecnologia, finanças e política regulatória. O evento terá palestra de políticos importantes do país, com o ex-premiê Ehud Barak – que é favorável inclusive à liberação do uso recreativo da cannabis em Israel e preside o conselho de uma empresa que produz cannabis e vende para outros países.

O país pequeno é uma potência econômica da região e o debate sobre a cannabis acontece já há muitas décadas por lá. Aliás, o cientista israelense Raphael Mechoulam é o responsável pela principal linha de pesquisa sobre o tema. Químico orgânico e professor na Universidade Hebraica de Jerusalém, Mechoulam produziu em laboratório o isolamento da estrutura “tetrahidrocanabinol”, o principal princípio ativo da cannabis sativa. Pessoas influentes da comunidade judaica aqui no Brasil, ouvidas pelo Sechat, acreditam que o tema cannabis medicinal pode avançar perfeitamente no Brasil, apesar do preconceito e do tabu que a maconha enfrenta por causa da guerra às drogas, que por aqui ainda é bastante sensível, haja vista os altos índices de criminalidade violenta nas ruas das cidades e no campo.

Agora o mais importante para nós brasileiros que ainda engatinhamos nas questões relacionadas à medicina canábica. O país amigo do peito do novo governo do Brasil já é gente grande na tecnologia de produção e extração de óleo do vegetal. Ou seja, não é só no campo da pesquisa que Israel manda bem. Ele já é um dos maiores exportadores do mundo, mesmo com a aprovação recente da venda da planta para fora do país. Os dividendos podem a 234 milhões de euros ou 1 bilhão de reais por ano. Até mesmo os políticos mais conservadores do parlamento local destacam o “enorme potencial econômico para os agricultores”. Em dezembro de 2018, a liderança do Likud, partido do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, emitiu nota qualificando “a maconha medicinal como um produto bendito que mitiga o sofrimento dos doentes”.

Vale lembrar sempre, a maconha medicinal está sendo usada para tratar diversas doenças mundo afora como, Parkinson, Epilepsia, Mal de Alzheimer, Câncer entre tantas outras. As pesquisas seguem avançando e já há uma indústria de pé em economias maduras, como Canadá, Estados Unidos e Israel.

Link da feira CannaTech:

https://www.telaviv2019.canna-tech.co/schedule/agenda/