A Cannabis como porta de entrada para… uma vida mais saudável!
Por muito tempo a cannabis foi vista como uma substância ruim, hoje, Fernando Paternostro mostra que educação e conhecimento são as melhores armas contra o preconceito e a desinformação
Publicada em 01/02/2022
Por Fernando Paternostro
Volta e meia encontro alguém que vem me perguntar se já sofri algum preconceito em função de trabalhar com cannabis. E olha, sinceramente, não! O que recebo muito são dúvidas, pessoas que querem saber mais sobre o assunto. Saber se é legal, como faz para importar, quanto custa, como funciona e principalmente ficam preocupadas se conseguem pagar por esse tratamento.
E é nessa linha que fico com a dúvida: o que é exatamente uma pessoa preconceituosa em relação à cannabis? Não seria uma pessoa que não teve acesso à informações de confiança sobre o assunto? Ou uma pessoa que simplesmente não quis saber mais sobre isso? A verdade é que, quanto mais trabalho no space canábico brasileiro, mais fico convencido de que a educação e a capacitação são as duas peças mais fundamentais para o nosso crescimento.
Educação é conhecimento, informação e transparência. Dentro da própria comunidade médica temos ainda 0,2% dos médicos utilizando a cannabis como ferramenta no tratamento de seus pacientes. Isso não dá nem 3.000 médicos dos 500.000 profissionais que temos no país hoje. Educação portanto é levar conhecimento para quem prescreve, para quem precisa e para quem simplesmente quer saber mais.
Capacitação é profissionalizar a indústria, trazendo profissionais de primeira linha que irão tornar o mercado cada vez mais padronizado. Isso porque hoje, muitos dos que trabalham com cannabis acabaram “terminando” na cannabis, ou seja, não foi sua primeira escolha. São pessoas que já tem uma grande relação com a planta, gostam muito e sabem muito sobre o assunto e, então, decidem trabalhar com isso por não terem tido “êxito" em suas áreas de atuação. Quando entrei pro mercado, aprendi com o Dr. Pedro Pierro Neto o termo “ervo-afetivo” - aquele que tem um carinho todo especial pela planta.
E é por isso que considero a cannabis como porta de entrada para uma vida mais saudável. Porque ela já vem mexendo com a vida de muitas pessoas, há muito tempo, e infelizmente passamos por um período de ressignificação histórica onde, por interesses comerciais, foram criados contextos para a cannabis que acabaram freando seu crescimento. Porém, o tempo foi passando e nós precisamos cada vez mais do apoio de tratamentos naturais, efetivos e acessíveis. Com essa máxima, aqueles que estão buscando uma melhora na sua qualidade de vida encontram na cannabis uma oportunidade de realmente colocarem isso em prática.
A cannabis no esporte é um excelente exemplo de como temos, no tratamento, uma oportunidade de mudar nosso hábitos para o melhor. O benefício no esporte é indireto e, hoje em dia, não existem estudos clínicos que efetivamente comprovem a eficácia na melhora da performance esportiva, por exemplo. No entanto, atletas que utilizam de forma regular relatam uma série de melhorias. Essas melhoras são em relação ao sono, a recuperação muscular, a diminuição da ansiedade, depressão, inflamações e de dores crônicas comuns a atletas de alto rendimento.
Se você olhar de forma objetiva, essas questões são comuns a quem não pratica esportes de alta performance também! Afinal, quem hoje em dia não sofre de ansiedade? Quem não tem algum grau de depressão e dores crônicas? Ou mesmo questões para dormir, talvez não insônia, mas aquele sono de qualidade de levantar se sentindo descansado?
É por esse e outros motivos que estou determinado a levar educação e capacitação a todos que tiverem interesse sobre o mercado, sobre os tratamentos e sobre a cannabis como um todo. Poder viver essa vanguarda, inovando dentro do setor do esporte e trazendo cada vez mais saúde e oportunidade de buscar uma vida saudável!!
As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e não correspondem, necessariamente, à posição do Sechat.
Sobre o autor:
Fernando Paternostro é empresário, triatleta, criador do Atleta Cannabis e pai da Flora e da Bella.