Ciência em benefício da cannabis
Segundo anuário de 2022 da Kaya Mind, empresa de inteligência do mercado canábico, as pesquisas científicas têm um papel fundamental no desenvolvimento da pauta no Brasil
Publicada em 08/12/2022
Por João R. Negromonte
O desenvolvimento de pesquisas científicas relacionadas à cannabis no Brasil se deve, de certa forma, a instituições de ensino públicas e privadas, órgãos governamentais como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), laboratórios e até mesmo empresas do ramo que patrocinam estudos sobre as aplicações da planta.
Tais trabalhos, contribuem no desenvolvimento da pauta e oferecem resoluções para questionamentos da sociedade em relação ao uso da cannabis. “Elas [as pesquisas] foram e são imprescindíveis para comprovar a eficácia da planta em relação ao tratamento de condições médicas, proporcionando argumentos para a implementação de novas regulamentações ”, destacou o Anuário da Cannabis no Brasil 2022 da Kaya Mind.
De acordo com o material, de 1989, data aproximada do início dos estudos com cannabis no país, até hoje, foram realizadas 162 pesquisas científicas sobre o tema. O período com maior número de artigos publicados foi 2019, com 28 estudos, principalmente voltados para a área de ciências da saúde (81,5%).
Nos anos subsequentes ao início das atividades científicas, os números se mantiveram estáveis, contudo houve uma queda significativa de publicações entre 2019 e 2020. Uma justificativa foi que durante esse tempo o foco da comunidade estava na busca por soluções para a pandemia do coronavírus.
Um outro dado que merece destaque, é a atuação de alguns pesquisadores que representam o setor, como Dr. Pedro Pierro, neurocirurgião funcional, com especialidade em dor, transtornos de movimento, epilepsia e cirurgia psiquiatra. O médico é pioneiro na prescrição de cannabis para fins medicinais no Brasil, além de ser reconhecido globalmente pela relevância e excelência de seus trabalhos com a planta.
O diretor médico e científico da plataforma Sechat, segundo o mesmo relatório, é o primeiro nome que encontramos quando pesquisamos quem são os porta-vozes relacionados à cannabis de forma positiva.
Muito desse trabalho se dá pelo compromisso que o profissional tem com seus pacientes que tratam com os derivados da planta, estudos na área e a criação de cursos que capacitam outros médicos, como o Sechat Academy, a se tornarem prescritores desta terapia.
Sidarta Ribeiro ocupou o segundo lugar. O neurocientista é uma grande voz do movimento canábico, tendo participado de diversos eventos e palestras sobre o assunto, além de ser autor de um livro voltado à maconha e seus efeitos no organismo humano. Ribeiro também é constantemente procurado para opinar e mostrar o importante papel que a comunidade científica tem para o desenvolvimento do mercado no país.
As análises da Kaya Mind, demonstra a força da pesquisa nacional e destaca a importância que a comunidade científica, aliada com o esforço coletivo que tem os players e órgãos do setor, para fomentar a discussão e contribuir para o desenvolvimento do legislativo, judiciário e o mercado da cannabis.
Para saber mais sobre o ecossistema da cannabis no Brasil, baixe seu Anuário aqui: