Mulheres que consomem cannabis têm menos chances de desenvolver diabetes

As estatísticas apontam que os homens são mais propensos a contrair a doença, no entanto as complicações podem ser piores para elas

Publicada em 23/02/2022

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Por João R. Negromonte

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), as chances de mulheres que possuem diabetes terem doenças cardíacas são quatro vezes maiores do que os homens nas mesmas condições. Além disso, outros distúrbios relacionados com a patologia como depressão, doença renal e cegueira, são mais suscetíveis ao gênero feminino.

Entretanto, um novo estudo revela que mulheres que fazem uso de cannabis em grandes quantidades, podem diminuir os riscos de desenvolver diabetes.

Conduzida por alunos de pós-graduação da Universidade A&M do Texas, nos EUA, a nova pesquisa analisou dados retirados do Banco Nacional de Exames de Saúde e Nutrição entre os anos de 2013 a 2018, onde 15 mil participantes foram avaliados. 

A publicação, feita na revista Cannabis and Cannabinoid Research, observou o uso de cannabis com base na frequência e na exposição de cada participante, sendo a maioria deles, mulheres com mais de 40 anos. 

A diretrizes avaliadas foram as seguintes:

  • Aquelas que utilizavam cannabis menos de quatro vezes por mês, eram consideradas usuárias leves;
  • Já as que usavam mais de quatro vezes ao mês, eram classificadas como usuárias pesadas.

Também foi avaliado o diagnóstico médico sobre o estado da diabetes e seus níveis de glicemia (concentração de glicose no sangue) em jejum.

Dessa maneira, os pesquisadores puderam observar que mulheres tidas como usuárias pesadas, eram menos propensas a ter a doença, em comparação com aquelas que não faziam uso de cannabis. 

Como a cannabis pode ser útil contra a diabetes? 

Diversos estudos já demonstraram que a cannabis pode ser eficaz contra a diabetes, principalmente a do tipo 2 (que o corpo não produz ou cria resistência contra insulina). Um exemplo disso, foi um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em que, 10.986 adultos com idades entre 20 e 59 anos, foram divididos em dois grupos, usuários e não usuários de cannabis, sendo que o grupo que apresentou maior resistência contra a doença era justamente aquele que usava da substância com mais frequência. 

É claro que necessitamos de mais pesquisas para afirmar os reais benefícios da cannabis contra a diabetes, no entanto, as descobertas mencionadas acima, são apenas uma pequena parte das dezenas de estudos já existentes que relatam a eficácia da terapia canabinóide no combate a diabetes.