A promissora expansão da cannabis medicinal e do cânhamo industrial no Brasil
A produção de cannabis no Brasil avança com inovações tecnológicas e grande potencial de transformação econômica e social
Publicada em 12/03/2025

A produção agrícola de cannabis medicinal e cânhamo industrial desponta como um setor promissor no Brasil, com potencial para transformar tanto o agronegócio quanto a área da saúde. Diversos países já estão regulamentando o cultivo, e o mercado global de cânhamo industrial está estimado em US$ 30,24 bilhões até 2029, com uma taxa de crescimento anual de 22,4%, segundo o ResearchAndMarkets.com.
O cânhamo industrial, que possui baixo teor de THC e diversas aplicações — desde têxteis até bioplásticos e cosméticos —, começa a atrair o interesse de investidores. Esse mercado dinâmico está em franca expansão, e o Brasil tem a oportunidade de se tornar um importante polo de produção.
No Brasil, a regulamentação da cannabis medicinal avança gradualmente. Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou empresas a produzir produtos à base de cannabis para fins medicinais. As autoridades competentes têm até maio de 2025 para implementar o cultivo regulado, após a negativa de um pedido de adiamento de 12 meses.
Em resposta, o governo federal criou um grupo de trabalho (GT) para analisar os impactos econômicos da decisão que permite a importação de sementes e o cultivo de cânhamo industrial. Nesse cenário, o setor agrícola pode se beneficiar da legalização do plantio controlado para fins terapêuticos.
Desafios enfrentados pelo Brasil
No Brasil, ainda existem entraves regulatórios e burocráticos que dificultam a realização de estudos agronômicos, como afirma a engenheira agrônoma Isabela Pinto Fonseca. Segundo ela, a produção em larga escala exige estudos aprofundados em diversos setores, como o medicinal, têxtil, alimentício, entre outros.
A engenheira também aponta que novas pesquisas são cruciais para melhorar e padronizar a produção local. “O desenvolvimento de plantas adaptadas, o controle de práticas e doenças e a infraestrutura pós-colheita são fundamentais para a produção em larga escala”, explica Isabela.
Inovações tecnológicas e sustentabilidade
A modernização do setor agrícola tem impulsionado a produção de cannabis em todo o mundo. Tecnologias como automação, uso de drones e sensores de umidade, aliadas à inteligência artificial, estão otimizando a produtividade e garantindo produtos de alta qualidade.
Conhecida como uma cultura rústica — que apresenta grande capacidade de adaptação e resistência a diferentes tipos de ambiente, sejam eles mais adequados ou hostis —, a planta necessita de cuidados específicos.
De acordo com Isabela, de modo geral, a cannabis se desenvolve melhor em temperaturas entre 13°C e 30°C, com boa disponibilidade de água durante a fase vegetativa e baixa umidade na fase de combustão e colheita, idealmente entre 40% e 60%. Fatores que são realizados por meio de alta tecnologia e investimentos.
Regiões subtropicais, como o Sul do Brasil, são especialmente adequadas para o cultivo de cannabis devido ao fotoperiodismo natural. No entanto, regiões tropicais também podem ser beneficiadas, desde que técnicas adequadas, como o uso de plantas automáticas, sejam aplicadas.
Impactos e o futuro da regulamentação
Para Isabela Pinto Fonseca, a regulamentação do cultivo de cannabis deve ser acompanhada de um marco regulatório claro, abrangendo produção, licenciamento, controle de qualidade, distribuição e exportação. “Além de facilitar o acesso ao mercado para pequenos e grandes produtores, o Brasil deve promover a pesquisa e o desenvolvimento, garantindo a sustentabilidade a longo prazo”, afirma a engenharia agrônoma.
A expansão do mercado de cannabis medicinal e cânhamo industrial pode gerar impactos econômicos significativos. O setor tem potencial para criar milhares de empregos diretos e indiretos, além de atrair investimentos estrangeiros. Regiões menos desenvolvidas, como o Nordeste, podem se tornar novos polos de produção, aproveitando suas condições climáticas específicas.
Um regulamento claro e consistente para o cultivo de cannabis também tem o potencial de criar milhares de empregos, atrair investimentos estrangeiros e estimular a economia em regiões menos desenvolvidas, como o Nordeste brasileiro.
Socialmente, a produção de cannabis medicinal beneficia milhares de pacientes que utilizam tratamentos com canabinóides para condições como epilepsia, esclerose múltipla e dores crônicas. A regulamentação do cultivo reduziria os custos de importação, tornando os medicamentos mais acessíveis à população.
Oportunidade de explorar o futuro
Considerado o principal evento científico e profissional da América Latina no segmento, a 4ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal será dedicada a promover inovações e avanços no uso medicinal da cannabis. O evento contará com um módulo 100% voltado para o setor do agronegócio.

O Módulo Agro e Tech terá como foco explorar o futuro da produção agrícola de cannabis medicinal e cânhamo industrial. Reunindo especialistas renomados, pesquisadores e profissionais da saúde, o evento acontecerá nos dias 22, 23 e 24 de maio de 2025, das 09h às 20h, no Expo Center Norte – São Paulo, SP.
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