Anvisa proíbe produtos de cannabis; empresas envolvidas alegam informações desatualizadas
Agência aponta venda irregular em site, mas ex-sócio afirma que página está fora do ar há mais de um ano
Publicada em 23/09/2025

Agência proíbe comercialização e propaganda de todos os produtos à base de cannabis da marca Forest Medical. Imagem: Canva Pro
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na última segunda-feira (22), a proibição da comercialização e propaganda de todos os produtos à base de cannabis da marca Forest Medical. A medida foi oficializada após a constatação de que os itens eram vendidos sem o devido registro e que a empresa fabricante, Korasana, não possuía autorização de funcionamento no Brasil.
Contudo, as empresas envolvidas afirmam que as informações que basearam a decisão estão desatualizadas. De acordo com a justificativa publicada no Diário Oficial da União (DOU), a motivação foi a "comprovação do anúncio de venda dos produtos derivados de cannabis sem registro ou autorização na Anvisa [...] no endereço eletrônico http://www.forestmedicalgroup.com/produtos", a página não está mais disponível na Internet.
Procurado pela reportagem, Thiago Jordano, publicitário e ex-sócio da Forest Medical, contesta a justificativa. "A Anvisa alega que fizemos propaganda dos produtos pela página, que havia sim sido notificada como irregular pela Anvisa, mas saiu do ar logo após essa notificação há mais de um ano", explica Jordano, que complementa: "Produzimos um lote em 2023, operamos por 2023 e 2024 e encerramos as operações".
A Korasana Brasil, apontada como fabricante, também se distanciou da marca. "Nós não temos qualquer relação com a Forest Medical desde 2023, quando produzimos um único lote de produtos pra eles. Iremos informar a Anvisa que não produzimos qualquer produto para a Forest desde 2023", afirmou Ricardo Delgado, CEO da empresa.
Em resposta ao Portal Sechat, a Anvisa esclareceu que a medida tem um caráter mais amplo e preventivo. Segundo a agência, "a proibição se aplica a todo e qualquer lote porventura existente preventivamente, já que estes produtos não poderiam estar circulando", pois a empresa "não possui as permissões necessárias no Brasil". A agência de vigilância sanitária também não explicou porque a publicação foi feita somente agora, já que a notificação de irregularidades nos produtos de cannabis ocorreu em 2023.
Irregularidades e suspensões
A fiscalização da Anvisa também atingiu um lote do anestésico Cloridrato de Lidocaína (20 mg/ml), fabricado pela Hypofarma. O lote 24051093 teve sua comercialização, distribuição e uso suspensos após a comprovação da presença de um "corpo estranho" no produto, visando garantir a segurança dos pacientes.
A ação da agência se estendeu a uma série de outros produtos. O suplemento Lipoless e todos os itens da marca Amazon (Seca Barriga Amazon, Amazon Intense, Amazon Slim Green, Amazon Slim Plus, Amazon Slim Detox e Amazon Redufine), ambos de empresas não identificadas, foram proibidos e terão seus estoques apreendidos.
O Sal de Uvas Picot, produzido pela Rb Salute México S.A. de C.V., também foi alvo da mesma proibição e apreensão. Segundo a Anvisa, tanto os suplementos quanto o sal de frutas eram vendidos sem registro e por empresas sem autorização de funcionamento no país.