Cannabis e saúde mental: estudo alerta que excesso pode gerar transtorno de ansiedade

Pesquisadores orientam cautela ao utilizar cannabis para ansiedade

Publicada em 13/02/2024

capa

O maior estudo sobre cannabis e ansiedade realizado até o momento incluiu mais de 12 milhões de pessoas, que viveram na região de Ontário, Canadá, entre 2008 e 2019. Os participantes nunca haviam recebido diagnóstico ou tratamento para ansiedade. 

A pesquisa, liderada pelo Instituto Bruyère, pelo Departamento de Medicina Familiar da Universidade de Ottawa, pelo Hospital de Ottawa e pelo International Credential Evaluation Service ICES, foi intitulada “Desenvolvimento de um transtorno de ansiedade após uma visita ao departamento de emergência devido ao uso de cannabis”, e publicada na eClinicalMedicine. 

“Nossos resultados sugerem que as pessoas que necessitaram de tratamento no pronto-socorro por uso de cannabis corriam um risco substancialmente maior de desenvolver um novo transtorno de ansiedade e de piorar os sintomas dos transtornos de ansiedade existentes”, explicou o Dr. Daniel Myran, autor principal da pesquisa. 

Os principais números que ligam a cannabis à ansiedade 

 

Ao analisar os registos médicos do ICES para ver os riscos em pessoas que foram assistidas pelo consumo de cannabis em emergências, descobriu-se que 27,5% experimentaram um transtorno de ansiedade durante um período de três anos numa clínica ambulatorial, de emergência ou num hospital. 

Levando em consideração fatores como o ambiente social e outros diagnósticos de saúde mental que poderiam estar presentes na população estudada, o risco de desenvolver um novo transtorno de ansiedade em pessoas que compareceram ao pronto-socorro devido ao uso de cannabis é 3,9 vezes maior em comparação com o geral. 

Embora se discuta se a planta pode ajudar a tratar os sintomas dessa condição, os especialistas pedem cautela e alertam sobre a falta de evidências que comprovem a eficácia da maconha nesses casos.