Produtos da RDC 660 lideram e impulsionam vendas no mercado de cannabis medicinal no Brasil em 2024

Com crescimento expressivo e diversificação de produtos, setor caminha para atingir R$ 1 bilhão em 2025

Publicada em 26/11/2024

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Imagem Ilustrativa: Canva Pro

O mercado de cannabis medicinal no Brasil registrou um crescimento robusto em 2024, movimentando R$ 853 milhões, segundo o 3º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil, divulgado nesta terça-feira (26). O setor também alcançou a marca de 672 mil pacientes, um aumento de 56% em relação ao ano anterior, com cobertura em mais de 80% dos municípios brasileiros. Os produtos importados por meio da RDC 660 da Anvisa lideram as vendas no mercado nacional. Empresários do setor acreditam que os números indicam a necessidade de aprimorar a regulamentação para atender de forma mais eficiente às necessidades dos pacientes.
 

Diversificação de produtos e expansão territorial

 

Com mais de 2.180 produtos, o mercado brasileiro oferece uma ampla variedade de formas farmacêuticas, incluindo óleos, cápsulas, sprays e formulações tópicas. Essa diversidade tem sido essencial para atender às necessidades dos pacientes, de grandes metrópoles a regiões mais remotas. Desde 2019, ao menos uma importação de produtos de cannabis medicinal foi realizada em 75% dos municípios do país.

Segundo Maria Eugenia Riscala, CEO da Kaya, “essa diversidade de produtos permite que cada vez mais brasileiros tenham acesso a soluções personalizadas para suas necessidades.”
 

 

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Atração de empresas estrangeiras e avanço regulatório
 

Em 2024, o Brasil atraiu 413 empresas internacionais, que ampliaram a oferta de produtos terapêuticos por meio de exportações. Esse movimento, aliado ao fortalecimento das regulamentações nacionais, posiciona o país como um dos mercados mais dinâmicos da América Latina. “A diversidade de produtos e o crescimento regulatório estão transformando o mercado de cannabis medicinal no Brasil em um dos mais dinâmicos da região. Esse avanço permite que mais pacientes encontrem soluções terapêuticas adequadas às suas necessidades e posiciona o Brasil como um mercado competitivo e inovador no cenário global,” comenta Thiago Cardoso, chefe de inteligência e sócio da Kaya.


Projeções para o setor 

 

O mercado de cannabis medicinal caminha para atingir R$ 1 bilhão até o final de 2025, impulsionado pelo suporte regulatório mais estruturado e pela crescente demanda. Em 2023, o setor já havia movimentado R$ 699 milhões, consolidando um crescimento anual de 22% em 2024.

 

Dados do 3º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil:

 

  • Faturamento: R$ 853 milhões em 2024, com previsão de R$ 1 bilhão até 2025.
  • Número de pacientes: 672 mil brasileiros em 2024, aumento de 56% em relação a 2023.
  • Distribuição territorial: Mais de 75% dos municípios brasileiros já realizaram importações de produtos desde 2019.
  • Diversidade de produtos: Mais de 2.180 opções disponíveis, como óleos, cápsulas e tópicos.
  • Empresas estrangeiras: 413 empresas exportaram produtos para o Brasil em 2024.

 

Os dados foram positivos para os agentes do mercado. "Vejo com bons olhos. Apesar de a RDC 600 ser uma via demorada devido à burocracia, ainda traz uma série de benefícios para os pacientes. Além da variedade, o preço, mesmo com as taxas de importação, é competitivo. Isso mostra que a importação dos produtos tem atendido bem às necessidades dos pacientes. Os números refletem a importância de manter e avançar na regulamentação, além de fomentar mudanças regulatórias a favor dos pacientes. Uma delas seria a possibilidade de estocar os produtos para distribuí-los de forma mais rápida, encurtando o prazo e reduzindo o custo do frete." ressaltou Eduardo Ayres, CEO Leaf Medical Care.

Segundo Thaise Alvarez, advogada, fisioterapeuta e CEO da Alma Lab, o crescimento da importação de produtos derivados de cannabis medicinal consolida a RDC 660 como a principal via de acesso no Brasil, responsável por atender mais de 300 mil pacientes. A empresária destaca que o aumento no número de empresas envolvidas no setor não apenas amplia a competitividade, mas também melhora a qualidade da oferta, garantindo produtos mais acessíveis.

“A competitividade trazida por novas empresas permite preços mais acessíveis, o que possibilita que mais pessoas iniciem e mantenham seus tratamentos, reduzindo a dependência de subsídios públicos e ampliando o acesso à saúde de forma sustentável”, avalia Thaise. 

Ela reforça que o crescimento contínuo do mercado reflete a confiança dos profissionais de saúde na cannabis como uma alternativa terapêutica segura e eficaz, com impacto direto na qualidade de vida dos pacientes.