Celebridades revelam desafios com saúde mental: Tatá Werneck, Débora Falabella e Marcelo Serrado dividem experiências
Artistas compartilham suas vivências com transtornos psicológicos e destacam a importância de falar sobre saúde mental
Publicada em 07/03/2025

Imagem reprodução YouTube Multi Show
A saúde mental tem sido cada vez mais discutida, e relatos de celebridades ajudam a dar visibilidade ao tema. Em um vídeo publicado nas redes sociais, artistas compartilharam suas experiências pessoais com transtornos psicológicos. A apresentadora do Talk Show Lady Nigth Tatá Werneck revelou: "eu tenho crise de ansiedade muito mais forte do que qualquer pessoa possa imaginar". A atriz Débora Falabella, por sua vez, afirmou: "Todos os dias da minha vida eu tenho medo de ter medo".

Já o ator Marcelo Serrado disse: "Eu quero falar sobre isso, mas como o Marcelo Serrado, um cara de sucesso, um cara bacana, como é que ele teve isso? Eu tive!". Embora as declarações de um vídeo que circula nas redes sociais não sejam recentes, o debate sobre saúde mental continua necessário e urgente.
Relatório da OMS reforça urgência na atenção à saúde mental
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 2022 sua maior revisão global sobre saúde mental desde o início do século. O documento apresenta um modelo detalhado para governos, profissionais de saúde, acadêmicos e sociedade civil trabalharem juntos na transformação do cuidado psicológico.
De acordo com o relatório, em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com algum transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de 1 em cada 100 mortes, sendo que 58% delas ocorreram antes dos 50 anos. Além disso, os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, contribuindo para 1 em cada 6 anos vividos com limitações físicas e emocionais.
A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais essa situação, com um aumento superior a 25% nos casos de depressão e ansiedade apenas no primeiro ano da crise sanitária. O estigma e a discriminação continuam sendo barreiras significativas para aqueles que sofrem com transtornos mentais. Em 20 países, por exemplo, a tentativa de suicídio ainda é considerada crime.
Mesmo antes da pandemia, a maior parte das pessoas que precisavam de tratamento não tinha acesso adequado a serviços de saúde mental. Estima-se que 71% das pessoas com psicose em todo o mundo não recebem atendimento especializado. Em países de alta renda, 70% dos indivíduos com essa condição são tratados, enquanto em nações de baixa renda esse índice cai para apenas 12%. Para a depressão, as taxas de atendimento também são baixas: nos países mais desenvolvidos, um terço dos pacientes recebe cuidados formais, enquanto em países de baixa e média renda esse percentual varia entre 3% e 23%.
Caminhos para a mudança
Com base em evidências, boas práticas e experiências de pessoas que convivem com transtornos mentais, a OMS propõe três estratégias principais para transformar a saúde mental global:
- Aprofundar o comprometimento com a saúde mental – aumentar investimentos em políticas públicas, garantir financiamento adequado e incluir pessoas com transtornos mentais na tomada de decisões.
- Remodelar ambientes que impactam a saúde mental – promover espaços mais saudáveis em escolas, locais de trabalho e comunidades, combater o bullying e ampliar o acesso a áreas verdes.
- Fortalecer os cuidados em saúde mental – substituir hospitais psiquiátricos por redes comunitárias de atendimento e ampliar opções de tratamento acessíveis.
O Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou a importância da saúde mental para o bem-estar geral: “A vida de todos toca alguém com uma condição de saúde mental. Uma boa saúde mental se traduz em boa saúde física, e este novo relatório apresenta um caso convincente para a mudança.”
Cannabis como alternativa terapêutica
A médica Lina Dantas explica que a cannabis pode ser uma aliada no tratamento da saúde mental, atuando diretamente no sistema endocanabinoide: "como um maestro de uma orquestra sinfônica que, pouco a pouco, vai economizando os sistemas, seja ele neurológico ou hormonal, já que o sistema endocanabinoide não está em um órgão específico, mas sim em todo o organismo".
De acordo com sua experiência clínica, em três meses de tratamento – período necessário para adaptação e ajuste de dose – os pacientes costumam alcançar "mais alívio, bálsamo, espaço e resiliência." Ela também destaca a importância de evitar o desespero e cuidar da relação entre mente e corpo.
Para conferir a entrevista completa sobre cannabis e saúde mental, acompanhe agora no Deusa Cast.