Congresso de Cannabis começa com tudo: mercado, saúde animal e o futuro da planta em destaque
Com mais de 100 palestrantes, Congresso Brasileiro de Cannabis começa com grandes debates e promete três dias históricos no maior evento da América Latina
Publicada em 22/05/2025

Especialistas defendem o potencial do cânhamo industrial no Brasil, destacando suas aplicações sustentáveis e a necessidade de uma regulamentação que una inovação, ciência e justiça social | Foto: João Brito
A manhã desta quinta-feira (22) já mostrou a que veio na 4ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal e na 4ª Medical Cannabis Fair, que seguem até sábado (24), no Expo Center Norte, em São Paulo. E se o começo do evento foi intenso, a parte da tarde promete ainda mais!
Logo cedo, dois módulos de peso tomaram conta da programação: o Business Cannabis, voltado a investidores, empreendedores e profissionais que querem entender, ou se aprofundar, no universo da cannabis como nova economia, e o VetCannabis, que trata do uso terapêutico da planta na medicina veterinária, um campo em plena expansão.
Manhã de insights e conexões
No módulo Business Cannabis, o público teve uma verdadeira aula sobre os bastidores e o futuro desse mercado que só cresce. A mesa de abertura, “Oportunidades e Desafios do Mercado de Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial”, reuniu nomes como Maria Eugênia, Juliana Tranjan, Filipe Campos e Erik Torquato, com moderação de Bruno Pegoraro.
Os palestrantes trouxeram perspectivas complementares e provocativas sobre o cenário brasileiro. O advogado Erik Torquato destacou como a judicialização do cultivo caseiro de cannabis revela o atraso científico e regulatório do país, elogiando a atuação de famílias, médicos e advogados que, por meio de habeas corpus preventivos, garantem o direito ao tratamento mesmo em oposição a normas do CFM e da Anvisa.
Para ele, o cultivo é um direito ancestral e uma resposta legítima à hipocrisia legal que nega alternativas de saúde aos pacientes. Juliana Tranjan apontou o imenso potencial do cânhamo industrial no Brasil, reforçando a capacidade do país em liderar o setor por meio da ciência, da inovação e de uma política agrícola sustentável.
Já Maria Eugênia, da KayaMind, trouxe dados importantes: em 2024, o mercado da cannabis medicinal movimentou R$ 850 milhões no Brasil, atendendo cerca de 672 mil pacientes – evidência clara de que o setor não só cresce, mas já é uma realidade econômica e social concreta.
Na sequência, os cases inspiradores tomaram conta do palco com a palestra “Novos Negócios da Cannabis: Casos de Sucesso”, mediada por Valéria França, e com a participação de Marcelo Fernandes, Cassiano Gomes e Fernanda Simon. Um prato cheio para quem busca entender como inovar com propósito.
Ainda pela manhã, o foco foi em compliance, governança e reputação, com Dalton Kawasaki, Larissa Meneghel e Laerte Dall’Agnol, além de uma importante discussão sobre a inserção da cannabis nas clínicas e hospitais, conduzida pelo canadense Danial Schecter. O papo encerrou com um tema em alta: o crescimento das grow shops, com Danilo Coelho Lima e Luiz Borsato, sob mediação de Anita Krepp.
Enquanto isso, no auditório do VetCannabis, o clima era de empolgação e descoberta. A manhã trouxe apresentações que reforçam o potencial terapêutico da cannabis na saúde animal. Destaque para a mesa de abertura com Rodrigo Montezuma, Daniela Bittencourt e Caroline Campagnone, além da fala de Marcelo Demp, representante da Câmara do Cânhamo Industrial do Paraguai (CCIP), que apontou o país vizinho como fornecedor estratégico para o Brasil.
Nesta mesa, Montezuma apontou a necessidade de criar canais regulatórios próprios – similares às RDCs 327 e 660 da Anvisa, mas voltados ao setor veterinário e sob responsabilidade do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) – especialmente para contemplar tanto tratamentos individuais quanto em rebanhos.
Já Daniela celebrou o fato de o MAPA finalmente integrar o debate, antes restrito à Anvisa e à Umisan, e defendeu que o avanço da regulamentação passe pela ciência. Ela destacou que a formulação de políticas públicas deve se apoiar em dados técnicos e pesquisas sérias, livres de ideologias, para garantir segurança, eficácia e impacto positivo na saúde animal e, consequentemente, na sociedade como um todo.
Na sequência, os temas foram desde o alívio da dor em cães com osteoartrite (com a médica-veterinária Neide Maria Griebeler) até o uso da cannabis em pacientes neurológicos e animais atletas, com falas de Joshua Polanco e Rodrigo Zamith. Um verdadeiro panorama técnico, ético e clínico para quem quer atuar com segurança nesse novo território da veterinária.
E a tarde?
A programação segue até as 20h com mais palestras imperdíveis em ambos os módulos. Quem passar pelo Expo Center Norte vai ter a chance de acompanhar debates sobre tendências de mercado, modelos regulatórios internacionais, financiamento de startups, além de relatos clínicos com pets e orientações práticas para prescrições veterinárias.
E tem muito mais vindo aí nos próximos dias: são mais de 100 palestrantes, dezenas de expositores, startups e novidades do setor. Se você está buscando conhecimento, networking ou oportunidades reais de negócio, o Congresso é o lugar certo pra estar!
Serviço:
Local: Expo Center Norte, São Paulo – SP
Data: 22 a 24 de fevereiro
Horário: Das 9h às 20h
Ingressos: disponíveis para formato presencial e formato online
Mais informações:
www.medicalcannabisfair.com.br
www.congressocannabis.com.br