O recomeço de Izabella Camargo após o Burnout; história de superação reforça importância da saúde mental
"Janeiro Branco: Priorizando a Saúde Mental e Quebrando Tabus em 2024", vamos relembrar o caso da apresentadora
Publicada em 12/01/2024


No turbilhão da rotina frenética do jornalismo, Izabella Camargo, apresentadora com passagens marcantes pelo Grupo Bandeiranres e TV Globo, viu sua vida tomar um rumo inesperado após ser diagnosticada com burnout, uma síndrome de esgotamento relacionada ao trabalho. O ano de 2018 marcou um ponto de virada em sua carreira, quando a jornalista foi afastada da TV Globo devido a uma crise desencadeada por essa condição.
A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho de um indivíduo. Essa condição também é chamada de “síndrome do esgotamento profissional” e afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo. Ela é o resultado direto do acúmulo excessivo de estresse, de tensão emocional e de trabalho e é bastante comum em profissionais que trabalham sob pressão causando ansiedade e nervosismo que resultam em uma depressão profunda nos casos mais graves. A síndrome que também afeta a saúde mental vem se tornando cada vez mais comum.
A campanha "Janeiro Branco", que ganha destaque em 2024, propõe uma reflexão essencial sobre a saúde mental, buscando quebrar tabus, reduzir estigmas e promover o diálogo aberto sobre temas como ansiedade, depressão e outros transtornos mentais.
A Transformação de Izabella: Do Burnout à Conscientização
Izabella Camargo, que antes precisava de medicamentos para enfrentar a rotina intensa, agora celebra uma vida mais equilibrada. Em uma conversa com o UOL, em julho de 2019, ela compartilhou detalhes sobre sua nova rotina dedicada a palestras, onde destaca os perigos do burnout e alerta para os sinais que podem indicar o surgimento do problema.
"Primeiro, voltei a dormir no horário que meu corpo não adoece. Horário que o nosso corpo precisa. Não preciso mais tomar remédio para viver, dormir e acordar", revela Izabella, destacando a importância de cuidar da saúde mental.
O Burnout como Doença Ocupacional
A síndrome de burnout, caracterizada pelo esgotamento emocional e físico, é reconhecida por Izabella como uma doença ocupacional, afetando profissionais de diversas áreas, incluindo professores, médicos, jornalistas, advogados, servidores públicos e policiais. A jornalista destaca a necessidade de abordar o tema com cautela e carinho, considerando os mais de 20 milhões de brasileiros diagnosticados com essa condição.

Palestras de Conscientização e Sinais Ignorados
Com mais de quatro mil pessoas buscando ajuda após suas palestras, Izabella ressalta a importância de não ignorar os sinais de esgotamento. "O burnout é um freio, não é um fim", enfatiza, alertando que muitos tentam mascarar os sintomas com automedicação e cuidados paliativos.
A Importância de Buscar Ajuda Médica e a Promessa de um Livro Reflexivo
Izabella destaca que, após dois anos sentindo os sintomas, o diagnóstico veio apenas com a consulta a um psiquiatra que associou os sintomas ao trabalho e estresse. Seu testemunho reforça a necessidade de buscar ajuda médica, relatando todos os sintomas. Além disso, ela compartilha sua experiência através do livro "Dá um Tempo", a ser lançado até o final de maio, que propõe uma reflexão sobre a percepção e relação com o tempo.
O Alerta de Izabella para uma Abordagem Inteligente
Encerrando a entrevista, Izabella ressalta a importância de uma abordagem inteligente em relação à saúde mental no ambiente de trabalho. "O burnout é uma doença ocupacional. A reputação das empresas fica sob risco. Todo mundo perde", alerta. Nesse contexto, a campanha "Janeiro Branco" surge como um farol, guiando a sociedade na priorização da saúde mental e no diálogo franco sobre um tema muitas vezes negligenciado.
Cannabis medicinal como alternativa no tratamento da ansiedade relacionada ao burnout
A Síndrome de Burnout pode ser considerada a preocupação desse século? A ansiedade é um dos sintomas da doença e os benefícios terapêuticos da cannabis podem oferecer bons resultados no tratamento dos sintomas, principalmente por ajudar a melhorar a qualidade do sono - as noites mal dormidas estão entre as causas da síndrome. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil lidera as estatísticas globais de ansiedade, com 9,3% da população afetada, e também apresenta a maior prevalência de casos de depressão na América Latina, atingindo 5,8%.
A pressão externa, muitas vezes associada a ambientes de trabalho estressantes, pode desencadear a Síndrome de Burnout, resultando em graves estados depressivos e episódios de ansiedade. Diante desse contexto, a busca por abordagens de tratamento menos invasivas ganha destaque, especialmente considerando os desafios relacionados à dependência química associada ao uso excessivo de medicamentos.
O médico Vitor Brasil, responsável pelo 1º Centro de Acolhimento de Medicina Canabinoide do Brasil, localizado na Santa Casa de Curitiba, destaca a crescente adoção do canabidiol (CBD), um dos compostos derivados da Cannabis Sativa, no tratamento de condições psiquiátricas, incluindo ansiedade, depressão e outros transtornos.
"Observamos cada vez mais pacientes se beneficiando dos efeitos do canabidiol na saúde, principalmente para aliviar sintomas relacionados à ansiedade, depressão e outras condições psiquiátricas", explica o médico.
Embora a pesquisa sobre o uso terapêutico da cannabis ainda esteja em desenvolvimento, há estudos preliminares que sugerem benefícios no alívio dos sintomas relacionados à saúde mental. No entanto, é crucial ressaltar a importância da consulta médica antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis medicinal.