Drogas mais utilizadas no mundo segundo a ONU
Cannabis lidera o consumo mundial
Publicada em 27/06/2024

Sede da ONU | Foto: reprodução
De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2023, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o uso de drogas continua a crescer em todo o mundo, atingindo 292 milhões de usuários em 2022. Este número representa um aumento de 20% em relação a 2012, quando havia 228 milhões de usuários.
Entre as substâncias mais utilizadas, a cannabis destaca-se como a mais consumida globalmente, com 228 milhões de usuários. Em seguida, vêm os opioides, com 60 milhões de consumidores. Estes incluem analgésicos potentes como heroína, codeína, morfina e fentanil, que pode ser até 50 vezes mais viciante do que a própria heroína. As anfetaminas são usadas por 30 milhões de pessoas, a cocaína por 23 milhões, e o ecstasy por 20 milhões.
O relatório também revela um aumento significativo no número de pessoas que injetam drogas, estimado em 13,2 milhões em 2023, uma elevação de 18% em comparação com estimativas anteriores. Globalmente, mais de 296 milhões de pessoas consumiram, ou consomem algum tipo de entorpecente, um crescimento de 23% em uma década. Entretanto, o número de indivíduos que sofrem de distúrbios relacionados ao consumo destes compostos subiu para 39,5 milhões, um aumento de 45% no mesmo período.
O relatório enfatiza a necessidade de priorizar a saúde pública, a prevenção e o acesso aos serviços de tratamento em todo o mundo. Atualmente, apenas uma em cada cinco pessoas que sofrem de distúrbios relacionados ao consumo de drogas recebe tratamento. A disparidade no acesso ao tratamento é notável, especialmente entre diferentes regiões e populações vulneráveis, como os jovens na África, onde 70% das pessoas em tratamento têm menos de 35 anos.
A crescente oferta de drogas ilícitas e a eficiência das redes de tráfico continuam a desafiar os serviços de saúde e as autoridades policiais. A UNODC destaca que as desigualdades sociais e econômicas não apenas impulsionam os desafios das drogas, mas também são agravadas por eles. A devastação ambiental e os abusos dos direitos humanos resultantes das economias de drogas ilícitas, juntamente com o crescente domínio das drogas sintéticas, como o fentanil, são questões cruciais apontadas no relatório.
Ghada Waly, Diretora Executiva do UNODC, ressalta a necessidade urgente de melhorar o acesso ao tratamento e intensificar as respostas contra as redes de tráfico de drogas. Ela destaca que estas redes exploram conflitos e crises globais para expandir a produção e o mercado de drogas ilícitas, especialmente as sintéticas, causando danos significativos às pessoas e comunidades.
Populações empobrecidas e vulneráveis, como aquelas na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, estão particularmente expostas aos crimes relacionados com drogas, vivendo em áreas remotas onde o acesso a serviços de tratamento e recursos é extremamente limitado. A resposta a esses desafios exige um esforço global coordenado para garantir que mais pessoas possam ter acesso aos cuidados necessários e que as redes de tráfico sejam efetivamente combatidas.