Na madrugada da terça-feira, dia 10, A Rússia lançou um bombardeio em larga escala de drones e mísseis contra a Ucrânia, e a capital Kiev sofreu "um dos maiores ataques da guerra", segundo o presidente Volodymyr Zelensky. Três morreram em ao menos 17 ficaram feridos pelo país, segundo autoridades ucranianas.

Ao todo, 315 drones de ataque e sete mísseis, entre eles balísticos, foram utilizados pelos russos, informou o Ministério da Defesa ucraniano. O presidente da Ucrânia do país, Volodymyr Zelensky, afirmou que os diários e massivos ataques aéreos russos "abafam os esforços" de países como os Estados Unidos para o fim do conflito, e cobrou mais pressão à Rússia.

Em meio aos ataques, como alternativa para auxiliar a população, veteranos e suas tropas, o Serviço Estatal de Controle de Medicamentos e Estupefacientes da Ucrânia anunciou, a emissão da primeira autorização de importação para uma substância à base de cannabis para fins medicinal já registrada no Registo Estatal de Medicamentos. Com isso, o país avança oficialmente para a próxima fase do seu programa pós-legalização.

Como a Ucrânia estruturou sua política

O uso medicinal da cannabis - planta popularmente conhecida como maconha - Ucrânia começou a tomar forma em fevereiro de 2024, quando o presidente Volodymyr Zelensky sancionou uma lei com o objetivo de oferecer alívio a pacientes com doenças graves, como câncer e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) – condição comum entre veteranos e civis afetados pela guerra em curso.

A legislação entrou em vigor oficialmente no verão de 2024 e o primeiro medicamento chegou as farmácias no início de 2025. Em agosto, o Ministério da Saúde anunciou que a maconha, sua resina, extratos e tinturas haviam deixado de ser classificadas como substâncias particularmente perigosas, permitindo sua circulação dentro de um sistema médico rigorosamente controlado.

Os primeiros produtos aprovados para importação incluíam óleos de cannabis desenvolvidos na Espanha. Desde então, as autoridades ucranianas vêm ampliando o portfólio autorizado, que agora também inclui cápsulas e outras formulações.

Essa medida amplia o acesso a terapias baseadas em fitocanabinoides, alinhando a Ucrânia às boas práticas internacionais de saúde pública.

uma resposta à guerra e ao sofrimento

A legalização da cannabis medicinal é vista por muitos como parte de uma reforma da saúde pública motivada pela guerra, que deixou marcas físicas e psicológicas profundas na população. O presidente Zelensky tem sido um defensor consistente da pauta desde sua campanha em 2019.

Em um discurso no Parlamento, em meados de 2023, ele afirmou: “Devemos finalmente legalizar os medicamentos à base de cannabis de forma justa para todos os que deles necessitam, com investigação científica adequada e produção ucraniana controlada.”

Na época, o presidente destacou que o acesso a "gotas" de cannabis– provavelmente uma referência a tinturas – deveria ser parte dos cuidados compassivos padrão oferecidos pelo sistema de saúde.

Próximos passos da cannabis no país

Com a autorização de importação em vigor, espera-se que os próximos meses sejam marcados por:

- Expansão da produção local, com foco em qualidade e rastreabilidade;

- Investimentos em pesquisa clínica sobre o uso terapêutico da cannabis;

- Formação de profissionais da saúde para prescrição e acompanhamento dos tratamentos;

- Inclusão gradual de novos produtos no sistema regulado.

Com informações de NewsWeed