A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avançou em uma importante etapa para o início de suas pesquisas com cannabis ao submeter um pedido de autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa iniciativa, embora esteja ganhando tração agora, vem sendo discutida internamente pela Embrapa desde os anos 1980. Com o passar dos anos, a empresa consolidou seu portfólio de biotecnologia e agora busca alinhar a forma ideal de conduzir estudos com a planta, que tem um vasto potencial medicinal e industrial.

Para tratar deste tema estratégico, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) composto por 18 pesquisadores de diversas unidades da Embrapa, espalhadas pelo Brasil. O grupo foi responsável por elaborar o documento de solicitação, que foi enviado à Anvisa esta semana e agora aguarda uma resposta. Caso a autorização seja concedida, a Embrapa planeja criar um banco de germoplasma, reunindo diferentes espécies de cannabis, com o objetivo de estudar como essas variedades se adaptam ao clima e solo brasileiros.

"A pesquisa com cannabis é de extrema importância para o Brasil, tanto pelo potencial econômico quanto pelo avanço científico que pode proporcionar, especialmente em áreas como a medicina e a agricultura sustentável", afirma a pesquisadora Daniela Bittencourt, pesquisadora da área de Recursos Genéticos e Biotecnologia da empresa e uma das responsáveis pela criação do programa de pesquisa.

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Com o banco de genético de cannabis, a Embrapa espera compreender as peculiaridades de cada variedade da planta, permitindo o desenvolvimento de técnicas agrícolas específicas e a exploração das múltiplas aplicações. A expectativa é que, com a autorização da Anvisa, o Brasil possa se tornar um dos protagonistas no cenário global de pesquisa e desenvolvimento em cannabis, unindo inovação e sustentabilidade.