Idosos relatam "melhora considerável" ao usar cannabis para fins medicinais, relata pesquisa

Pacientes com mais de 65 anos relatam dor crônica como condição primária e qualidade de vida e saúde geral “significativamente pior”

Publicada em 08/07/2024

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Pacientes com mais de 64 anos receberam menos produtos medicinais à base de cannabis, relata estudo. Imagem: Banco de Fotos

Cerca de 20% dos estadunidenses entre 50 e 60 anos consumiram cannabis nos últimos 12 meses, conforme o relatório anual do estudo do painel Monitoring the Future de 2022. Tendência seguida entre a faixa etária de 35 a 50 anos com 28%, correspondente a um aumento de 25% com relação ao ano anterior.  

Observando a prevalência do aumento ano após ano, pesquisadores da Drug Science realizaram uma pesquisa para analisar a eficácia da medicina canabidiol no tratamento de pessoas “mais velhas”. Durante o estudo, foram examinadas as características e os resultados de 198 pacientes com 65 anos ou mais.

Para isso, os participantes preencheram um questionário analisando sua qualidade de vida e de sono, humor e saúde no geral. Os dados coletados durante os três meses de pesquisa foram publicados na revista periódica de junho da Drugs and Aging.  

 

Característica de cada faixa etária

 

Segundo o site de notícias Cannabis Health, os pesquisadores identificaram “várias diferenças notáveis” entre os adultos mais velhos e os pacientes mais jovens na amostra restante.

Pacientes com mais de 65 anos eram propensos a relatar dor crônica como sua condição primária e, em média, estavam usando um número maior de medicamentos prescritos. Também relataram qualidade de vida e saúde geral “significativamente pior”, mas eram menos propensos a usar cannabis ou a relatar usá-la diariamente. Em contrapartida, apresentavam uma taxa menor de transtornos psiquiátricos.

 

Tendência de prescrição  

 

Segundo o estudo, existiu uma diferença importante nos produtos de cannabis prescritos para indivíduos mais jovens e mais velhos. Pacientes com mais de 64 anos receberam menos produtos medicinais à base de cannabis. Eles tinham mais probabilidade de receber prescrição de um óleo predominantemente CBD e menos probabilidade de receber uma flor predominantemente THC.

 

Efeito no dia a dia

 

“Apesar dessas diferenças, houve evidências de melhora consistente em diversas medidas de bem-estar para esses indivíduos após iniciar o uso de cannabis medicinal”, relatam os autores da pesquisa. Segundo eles, houve uma redução considerável na intensidade e gravidade da dor sentida pelos pacientes.

Por fim, os pesquisadores ressaltaram a importância em realizar mais estudos a fim de analisar a real potência da cannabis na faixa etária dos 65 anos para cima. “Evidências internacionais de que indivíduos mais velhos podem ser o grupo com o aumento mais rápido no uso de cannabis medicinal, juntamente com sua frequente exclusão de ensaios controlados, indicam uma necessidade crescente de evidências do mundo real para avaliar a eficácia e a segurança dessas drogas para indivíduos mais velhos.”