Um relatório recente da TNR Bioscience Company Limited, localizada na Tailândia, trouxe à tona análises detalhadas sobre flores de cannabis comercializadas por um cliente local, a Oriental Plantation Co., Ltd. As amostras testadas incluem variedades identificadas como “Motor Boat” e “Cannabis Hybrid Flower”, destinadas ao consumo medicinal e industrial.

Principais resultados: canabinoides e terpenos

As análises químicas apontaram que os principais compostos ativos incluem CBD (Cannabidiol), com concentrações variando em torno de 0,6% (%w/w), e THC (Tetraidrocanabinol), que alcançou até 24,6% em uma das amostras. Outros compostos como THCA e CBDA também foram detectados, reforçando a diversidade fitoquímica das amostras.

Entre os terpenos identificados, destacam-se o alfa-pineno, linalol e beta-mirceno, substâncias responsáveis por características organolépticas e potenciais efeitos terapêuticos.

Pesticidas e metais pesados

As análises também investigaram a presença de contaminantes, incluindo pesticidas, metais pesados e microrganismos. Resultados indicaram ausência de resíduos de pesticidas como clorpirifós e dimetoato, bem como níveis seguros de metais como chumbo e mercúrio. Além disso, as amostras atenderam aos padrões microbiológicos, com baixos índices de bactérias como Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

Importância do controle de qualidade

Os resultados reforçam a importância de padrões rigorosos de controle de qualidade na indústria canábica, especialmente em mercados medicinais que demandam segurança e consistência. A TNR Bioscience, responsável pelos testes, utilizou técnicas avançadas como HPLC e GC/MS para garantir a precisão dos dados.

O avanço das análises laboratoriais como essas demonstra o potencial da Tailândia em se consolidar como um hub de inovações no mercado de cannabis medicinal, com impacto direto na segurança dos produtos oferecidos aos consumidores.

O impacto dos PGRs e o mercado internacional

Na Tailândia, cerca de 80% das flores de cannabis são cultivadas utilizando PGRs (Plant Growth Regulators), segundo Gean Sriyapai, CEO da Oriental Plantation, em publicação no Linkedin. Essa prática, impulsionada pela liberdade do cultivo de cannabis no país, tem atraído produtores interessados em explorar o mercado local. No entanto, a legislação ainda é considerada incompleta, gerando desafios para regulamentação e segurança no consumo.

Turistas e certificações: o que você precisa saber antes de consumir cannabis na Tailândia

Para turistas que viajam ao país buscando consumir cannabis, Sriyapai orienta que é essencial solicitar certificados de testes como o GACP/EU GACP ou análises laboratoriais do revendedor. Essas certificações ajudam a garantir que o produto não foi cultivado com o uso de PGRs, uma substância associada a efeitos cancerígenos. Embora flores cultivadas com PGRs sejam mais baratas — custando cerca de 20 baht por grama —, elas apresentam riscos significativos à saúde dos consumidores.

Impacto no mercado e exportação

Atualmente, 90% das flores cultivadas com PGRs na Tailândia são destinadas ao mercado do Reino Unido. Esse cenário levanta preocupações sobre os efeitos na saúde pública. Em contrapartida, fazendas locais comprometidas com práticas éticas e saudáveis, tanto de produtores tailandeses quanto estrangeiros, evitam o uso dessas substâncias, alinhando-se a padrões de qualidade.

Oriental Plantation e a busca por qualidade medicinal

A Oriental Plantation, liderada por Sriyapai, tem se destacado por seguir processos voltados ao uso medicinal da cannabis. A empresa prioriza a entrega de produtos de alta qualidade e seguros para os consumidores. "Este ano, estamos enviando nossas flores para a Suíça, Alemanha e Austrália", afirma o CEO. Com planos de expansão e aprimoramento das práticas de cultivo, a empresa busca atender às exigências do mercado internacional, reforçando seu compromisso com a saúde e a qualidade.