O ex-réporter Maurício Kubrusly será o ator principal do documentário “Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí”, que revisita momento marcantes da carreira e vida de um dos maiores jornalista de cultura no Brasil.

Diagnosticado com demência frontotemporal (DFT), Kubrusly iniciou um tratamento com produtos à base de cannabis, o que trouxe uma melhoria significativa em sua qualidade de vida. Sua esposa, Beatriz Goulart, com quem é casada há mais de duas décadas, revelou em entrevista ao jornal O Globo que ele agora tem noites de sono mais tranquilas e que os impulsos agressivos desapareceram.

O que é Demência Frontotemporal (DFT)?

Segunda causa mais comum de demência em pessoas com menos de 65 anos, atrás apenas do Alzheimer, a demência frontotemporal é uma doença degenerativa e progressiva que afeta os lobos frontal e temporal do cérebro. A condição pode causar restrições nas funções cognitivas, como memória, linguagem, julgamento e tomada de decisões, além de acentuar mudanças no comportamento, incluindo impulsividade, perda de empatia e desinteresse social.

Como a cannabis atua no tratamento?

De acordo com a geriatra Gabriela Mânica, não é correto afirmar que a cannabis é indicada para tratar diretamente a demência frontotemporal, visto que a doença é neurodegenerativa, progressiva e não tem cura.

Porém os fitocanabinoides tem potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aliviando sintomas como mudanças de humor e comportamento.

Segundo Manica, o canabidiol (CBD) tem propriedades ansiolíticas e antipsicóticas e é eficaz no controle de sintomas como ansiedade, agitação psicomotora e psicose, enquanto o canabinol (CBN) possui propriedades sedativas que trazem benefícios para a qualidade do sono. Já o tetraidrocanabinol (THC) pode atuar na melhora comportamental do paciente.

Para o acompanhamento do paciente é recomendado o uso de óleo Full Spectrum, que contém uma variedade maior de canabinoides, potencializando os efeitos, explica a geriatra.  

Estudo aponta benefícios dos canabinoides no tratamento da demência

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (USP) realizaram uma revisão sistemática de 15 estudos clínicos e encontraram resultados positivos no uso de canabinóides para tratar sintomas neuropsiquiátricos em pacientes com demência. Entre os sintomas que apresentaram melhor resposta ao tratamento estão, comportamento agressivo, distúrbios do sono e desinibição sexual,  estagio moderados quanto avançados da doença.