Novo estudo aponta potencial terapêutico do Canabinol (CBN) para distúrbios neurológicos

O trabalho sugere que o CBN e seus derivados podem oferecer benefícios significativos para uma variedade de distúrbios neurológicos, incluindo Alzheimer e Parkinson

Publicada em 22/04/2024

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Pesquisadores do Instituto Salk para Pesquisas Biológicas, nos Estados Unidos, divulgaram recentemente um estudo na revista científica Redox Biology, revelando descobertas promissoras sobre o canabinol (CBN), um canabinoide menos conhecido derivado da planta Cannabis sativa. O estudo sugere que o CBN e seus derivados podem oferecer benefícios significativos para uma variedade de distúrbios neurológicos, incluindo Alzheimer e Parkinson.

O trabalho liderado pela professora Pamela Maher e sua equipe identificou propriedades neuroprotetoras do CBN em laboratório e desenvolveu quatro moléculas derivadas aprimoradas para avaliação em animais e células humanas. Surpreendentemente, todas essas moléculas demonstraram uma performance neuroprotetora superior à do próprio CBN, indicando um potencial terapêutico significativo.

De acordo com os pesquisadores, muitos distúrbios neurológicos estão associados à morte de neurônios devido a disfunções na ação mitocondrial dentro das células cerebrais. O CBN parece evitar essa disfunção, resultando em efeitos neuroprotetores. No entanto, os detalhes exatos desses mecanismos eram anteriormente desconhecidos.

O estudo anterior dos pesquisadores do Salk, em 2022, revelou que o CBN modula a função mitocondrial para evitar um tipo específico de morte celular chamado oxitose ou ferroptose, relacionado à perda de antioxidantes. Utilizando métodos de descoberta de medicamentos, os pesquisadores identificaram os fragmentos do CBN associados à neuroproteção e sintetizaram moléculas derivadas mais potentes.

Os testes realizados em células humanas e camundongos mostraram que essas moléculas aprimoradas possuem propriedades medicinais superiores, sendo capazes de alcançar o cérebro de forma mais eficiente e produzir efeitos neuroprotetores mais fortes do que o CBN original. Um dos derivados, chamado CP1, mostrou-se particularmente eficaz no tratamento de lesões cerebrais traumáticas em um modelo animal de moscas de fruta.

Os pesquisadores estão entusiasmados com o potencial terapêutico desses compostos derivados do CBN e planejam continuar investigando seu uso para proteger o cérebro contra danos adicionais. Eles também têm como objetivo compreender melhor as alterações neuronais associadas a doenças como Alzheimer e Parkinson, visando adaptar os compostos do CBN para uso terapêutico em seres humanos no futuro.