Endocanabinologia nas Universidades, plantio e amplo acesso no SUS; temas defendidos por candidato à prefeitura de Porto Alegre
Luciano Schafer apoio o cultivo local, a regulamentação e a legalização em ampla escala e a distribuição de medicamentos na rede pública
Publicada em 21/08/2024

Luciano Schafer durante discurso em seu partido/ imagem: reprodução Instagram
Concorrendo pela primeira vez à prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Luciano Schafer, mais conhecido como Luciano do MLB, é candidato pela Unidade Popular (UP) e apoia a pauta da cannabis. "A utilização da cannabis em todas as suas aplicações oferece cura e melhoria em diversas patologias," afirma Luciano.
Segundo ele, a ciência já comprovou a eficácia dos derivados da maconha no campo medicinal. "Não há razão para negar um tratamento que proporciona qualidade de vida," explica.
Luciano acredita que o Brasil deve investir no cultivo e produção local de medicamentos e produtos à base de cânhamo. "Temos condições de produzir de forma estatal ou por cooperativas. Devemos integrar todos os saberes das universidades, como química e engenharia agronômica, para produzir localmente nossa planta," comenta.
O candidato também defende a capacitação de profissionais de saúde ainda nas universidades, por meio de disciplinas sobre cannabis e o sistema endocanabinoide. "A planta tem diversas propriedades terapêuticas, mas precisamos de mais médicos especialistas neste assunto."
Distribuição de Medicamentos pelo SUS
Em janeiro de 2024, a Câmara Municipal de Porto Alegre promulgou a lei nº 13.829, que institui a distribuição de maconha medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital. Até o momento, os avanços na aplicação da lei se restringem a conversas entre a Secretaria da Saúde e os proponentes do projeto.
Para Luciano, a não aplicação da lei é influenciada principalmente por interesses econômicos. "O sistema público de saúde da cidade está sendo privatizado, com quase todos os postos de saúde já sob gestão privada. O campo medicinal está sendo ocupado por hospitais e planos de saúde privados. A cannabis e outras alternativas mais acessíveis enfrentam a concorrência direta das grandes farmacêuticas, que produzem medicamentos caros," comenta.
Caso eleito, Luciano pretende "levar a pauta adiante" e já pensa nos próximos passos. "Após a aplicação da lei, a próxima 'batalha' será cultivar e produzir os medicamentos localmente, nas universidades."
Regulamentação do Mercado
"Regulamentar o mercado de cannabis é a principal solução para controlar o tráfico de drogas e acabar com a guerra em torno da planta e de seus usuários," afirma Luciano. Ele defende uma legislação ampla e democrática, que deixe de lado "moralismos" e "preconceitos". "Hoje, a maconha e seus derivados são usados para distribuir violência à sociedade."
Comentando sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em junho, que descriminalizou o porte de cannabis para uso pessoal, o candidato defende a anistia de todos os presos por até 40 gramas ou seis plantas fêmeas.
"Grande parte dos mais de 800 mil presos no Brasil são acusados de tráfico de pequenas quantidades, muitas vezes por causa de sua classe social e cor da pele. Os grandes traficantes não são atingidos; quem sofre é o pequeno comerciante ou o jardineiro," finaliza Luciano do MLB.