<strong>O que é Ibogaína? O psicodélico dissociativo que pode tratar vícios</strong>
Pesquisas preliminares vinculam a substância na superação de pessoas viciadas em drogas e álcool
Publicada em 15/05/2023
A ibogaína é um alcaloide psicoativo natural com propriedades psicodélicas únicas. Esta molécula psicodélica é encontrada em algumas espécies de plantas da família Apocynaceae, como Tabernanthe iboga, Voacanga africana e Tabernaemontana undulata.
Seus efeitos são significativamente diferentes dos psicodélicos mais populares. Essas diferenças se devem ao fato de que a ibogaína também possui propriedades dissociativas, além de um efeito psicodélico. Isso produz um efeito que a maioria dos usuários descreve como um estado de sonho enquanto ainda está totalmente consciente e atento.
Há quem acredite que tal estado os ajuda a processar traumas, vícios e experiências de vida em geral. Pesquisas preliminares vinculam a substância a ajudar as pessoas a superar o vício em drogas e álcool. Os ensaios clínicos ainda não confirmaram esses resultados.Quando consumida, a ibogaína pode produzir efeitos diferentes dependendo da quantidade consumida. Em pequenas quantidades produz um efeito estimulante. Em doses maiores, tem propriedades psicodélicas e dissociativas. E, cria um estado de sonho vívido no qual a pessoa permanece totalmente consciente. Membros da religião Bwiti na África Ocidental usam esta substância em cerimônias de cura e como iniciação para novos membros.
De onde vem a ibogaína?
A maneira mais comum de produzir ibogaína é extraindo-a das raízes da árvore Tabernanthe iboga. As árvores de iboga são nativas da África Ocidental Central, especialmente Gabão, Camarões e Congo.
Efeitos da ibogaína
Quando consumida, a ibogaína produz um efeito psicodélico que ocorre em duas fases distintas: a fase visionária e a fase de introspecção. A fase visionária dura aproximadamente de quatro a seis horas, dependendo da dose tomada, e provoca um estado de consciência nitidamente onírico. A fase de introspecção causa os efeitos terapêuticos que ajudam as pessoas a superar seus traumas, vícios e eventos importantes da vida.
Os efeitos colaterais mais comuns são vômito, tontura, diarréia, pressão baixa, ansiedade, alucinações, convulsões, entre outros.
Descoberta dos efeitos da ibogaína na dependência de vícios
A pesquisa sobre o uso potencial da ibogaína como tratamento para vícios de várias substâncias começou com Howard Lotsof. Lotesof descobriu acidentalmente as propriedades antiviciantes da substância em 1962, quando tinha apenas 19 anos e lutava contra o vício em heroína.
Posteriormente, ele escreveu uma ampla gama de trabalhos de pesquisa sobre o uso potencial da ibogaína como tratamento para o vício em opioides e até recebeu algumas patentes. Durante seu tempo de pesquisa, Lotsof promoveu ativamente os usos médicos potenciais dessa substância e enfatizou a importância de mais pesquisas. Ele até foi o autor da Declaração de Direitos dos Pacientes com Ibogaína.
Os usuários afirmam ter superado seus vícios em etanol, morfina, cocaína, nicotina, metanfetamina e opiáceos após consumir 18-MC. Até ajuda a superar a abstinência de opiáceos devido ao seu efeito como agonista de vários receptores de opiáceos.
Leis
A ibogaína foi tornada ilegal nos Estados Unidos em 1970 pela Lei Abrangente de Prevenção e Controle do Abuso de Drogas. No Brasil, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, a ibogaína é um medicamento prescrito. Na Alemanha, é uma substância não regulamentada. A ibogaína é ilegal na Suécia e na Noruega. Foi descriminalizada (junto com todas as drogas) em Portugal.